Gaúcha presta homenagem a policial militar que a resgatou em praia catarinense

Uili Turíbio aproveitava a folga com a família, quando percebeu que algo estava errado com a banhista no mar de Pântano do Sul, em Florianópolis.

Foi pelo Instagram que a gaúcha Daiane Zanin dos Santos, 35 anos, prestou uma homenagem de agradecimento a quem hoje considera o seu “anjo na Terra”: o policial militar (PM) catarinense Uili Turíbio, 34 anos. No domingo passado (5), Turíbio arriscou a própria vida, em seu horário de folga, para resgatá-la de dentro do mar, na praia do Pântano do Sul, em Florianópolis (SC).

Natural de Porto Alegre, a promotora de vendas mora há três anos na capital catarinense e era a primeira vez que, ao lado do marido, Rafael Ramon, da filha, Rayane, 14 anos, e de outros familiares, visitava a praia, que fica numa enseada. Desde que se mudou para Santa Catarina, mantém o hábito de praticar stand up paddle. Por volta das 16h de domingo, ela rumou sozinha com a prancha em direção ao mar calmo para mais uma prática.

Por estar acostumada, Daiane esqueceu de levar a corda de segurança que prende a prancha ao corpo, mas seguiu a orientação de uma familiar e usou o colete salva-vidas — um item que ela também não costumava usar.

— Eu não tinha almoçado direito e pensei em dar uma volta. Sei nadar e estava tranquila. Já distante da praia, comecei a ver estrelas, acho que a pressão baixou, desmaiei e caí. Acordei já na água, sem forças e muito tonta. Só tive condições de erguer um dos braços por alguns segundos e me manter ali, à espera de ajuda. Eu estava sem forças até para me desesperar — recorda Daiane.

E foi o braço erguido de Daiane que chamou a atenção do PM, que naquele momento estava na areia sentado com familiares. Turíbio ainda comentou com a namorada que tinha alguém em apuros. Na mesma hora, apesar de ter apenas conhecimentos básicos de natação, o policial jogou-se ao mar. Ele nadou cerca de 60 metros até Daiane.

— Quando cheguei perto, percebi que ela passava mal e estava desnorteada. Avisei que faria um procedimento para tirá-la da água. Ela estava totalmente sem forças. A arrastei pelo colete e começamos a sair. No caminho, surgiu um guarda-vidas. Pedi que pegasse a prancha dela, pois eu já estava com a moça nos braços — conta o PM.

Policial militar há sete anos, quatro deles como soldado do Grupamento de Polícia de Choque, Turíbio conta que nunca teve qualquer instrução de salvamento. Na hora em que viu Daiane pedindo socorro, porém, não pensou duas vezes antes de ajudar:

— Fui no instinto. Fiz o juramento, ao ingressar na Polícia Militar, de defender o cidadão, mesmo colocando a minha própria vida em risco. Estou sempre atento, inclusive nas folgas. Sinto que a missão foi cumprida naquele momento. É só gratidão por ter conseguido ajudar.

Depois do resgate, Daiane foi se recuperando aos poucos do susto e do desmaio. Antes de ir embora, fez questão de falar com o soldado e a família dele. Eles trocaram telefones e tiraram uma foto juntos. Esta imagem foi usada pela gaúcha para deixar uma mensagem de agradecimento na rede social.

— A gente pensa que nunca vai ocorrer conosco. Fica a lição. Nunca mais deixarei de usar o colete, usarei a prancha só com a corda e não irei mais tão fundo no mar. Deus me livrou do que poderia ter ocorrido e enviou um anjo para me salvar — finaliza Daiane, que mora com a família na praia do Campeche.

Fonte: Gaúcha/ZH