Homem assassina ex-companheira e se mata em Pelotas, diz polícia

Mulher estava com um corte profundo no pescoço causado por uma faca. Ele estava com o mesmo tipo de ferimento. Eles estavam separados há cinco meses, segundo delegada.

Um casal foi encontrado morto em Pelotas, na Região Sul do estado, na manhã de terça-feira (3). Segundo a Polícia Civil, a suspeita é de que o homem, de 45 anos, matou a ex-mulher, de 49, e depois cometeu suicídio.

A delegada Anita Caruccio, plantonista da Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) do município, relatou que foi a filha do casal que encontrou os pais mortos.

“A mãe não apareceu para trabalhar, então a patroa dela ligou para a filha. A filha ligava para a mãe e ela não atendia. Ela foi então até a casa e encontrou os pais mortos”, relata a delegada.

A mulher era diarista, e tinha três filhas que moravam com ela. O casal ficou junto 20 anos. Eles estavam separados há cinco meses.

“A filha disse que eles não tinham histórico de violência. E ninguém ouviu nada, não sabemos o que motivou o fato. Ele usava drogas, acredito que tenha sido por isso que eles se separaram”, relata a delegada.

Anita informou que, pela cena do crime, se constatou, preliminarmente, que foi um feminicídio seguido de suicídio.

“A mulher estava com um corte profundo no pescoço causado por uma faca. Ele também tinha um ferimento de faca no pescoço e estava com a faca na mão. Estavam os dois no sofá. Não tinham sinais de arrombamento na casa, nem de briga, luta corporal”, conta.

A delegada Maria Angélica Gentilini da Silva, da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) de Pelotas, informou que o feminicídio será investigado por ela, e o suicídio em outra delegacia.

Ela relatou que a mulher não tinha registrado nenhum boletim de ocorrência e nem pedido medida protetiva. A delegada acrescentou que o homem também não tinha histórico de violência doméstica registrado na polícia.

“A gente sempre disse que qualquer pessoa que saiba, não estou dizendo com relação a esse caso, que sempre a pessoa tem que levar conhecimento, não ser indiferente à violência que sabe que alguém está passando, alguém está vivenciando, e buscar autoridade policial para efetuar esse registro de ocorrência”, orienta.

Uma amiga da vítima conta que nunca soube de casos de violência entre o casal.

“Não tinha histórico de violência na família. Só o único motivo das discussões que aconteciam era a droga, que só ele usava. Ela era uma pessoa excelente, uma pessoa maravilhosa”, afirma a amiga Elisângela Rodrigues de Mattos.

Segundo Maria Angélica, esse foi o primeiro feminicídio do ano em Pelotas. Mas, só em 2019, a Delegacia da Mulher já recebeu quase duas mil denúncias de violência doméstica.

“A violência pode se dar de cinco tipos: moral, psicológica, patrimonial, sexual, e física. Qualquer tipo de violência, a mulher deve procurar a Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher ou a DPPA [Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento], que funciona 24h e efetua o registro de ocorrência”, acrescenta a delegada.