Campanha de doação de sangue revela dificuldade de encontrar doadores

Dados do Ministério da Saúde mostram que, atualmente, 1,6% da população brasileira doa sangue – o que significa um índice de 16 doadores para cada grupo de mil habitantes.

Jovens com idade entre 18 e 29 nos, segundo a pasta, são maioria e respondem por 42% do total de doações registradas no país. O percentual de doadores (1,6%) está dentro dos parâmetros da Organização Mundial de Saúde (OMS) – de pelo menos 1% da população, segundo o ministério. Porém, o governo quer aumentar o número de doadores. 

A campanha promovida pela Nativa FM e Portal Alegrete Tudo “Tenho Amor, tá no meu sangue”, já mobilizou dezenas de doadores e evidencia a dificuldade em se conseguir doadores voluntários.

Inúmeras razões chamam a atenção. A reportagem apurou entre dezenas de pessoas instigadas pela campanha que o ato de doar não é tão fácil assim.

A resistência de alguns vai desde o medo da picada da agulha até o temor dos resultados na entrega do exame que o doador recebe posteriormente. Inúmeras   impossibilidades são elencadas por pessoas que alegam não poder doar. “Bebi ontem”, “não posso faltar ao trabalho”, “tô tomando remédio”, “já doei esse mês”, “não me enquadro nos pré- requisitos”, são as mais recorrentes.

A campanha Tenho amor, tá no meu sangue, vai atingir seus objetivos, afirma o Diretor da Nativa Alegrete e do PAT, Jucelino Medeiros. Ele disse que a campanha tinha duas alternativas: a primeira seria confeccionar belas camisetas e oferecer para cada doador, com sucesso garantido; e a segunda, não motivar pelo brinde, mas pela conscientização da importância do gesto. Optamos pela mais trabalhosa, com a convicção que por esse caminho envolveríamos mais a equipe e pedagogicamente estaríamos garimpando novos doadores motivados pela persuasão dos colegas das duas empresas. Assim, poderemos ter doadores mais comprometidos ao longo da vida e não apenas quando tem algo em troca.

A Campanha Tenho Amor,  Tá no meu Sangue, estende-se até o dia 30 de dezembro. Até essa data quem quiser doar, deve procurar o Hemocentro e dizer que quer participar da campanha da Nativa e PAT. Todos que doarem nesse período,  podem escolher um dos colaboradores das duas empresas para apoiar. O que somar mais doações, será o vencedor da competição e receberá  como prêmio o Troféu Vida.

O sangue é essencial para os atendimentos de urgência, realização de cirurgias de grande porte e tratamento de pessoas com doenças crônicas, além de doenças oncológicas variadas que, frequentemente, necessitam de transfusão. A doação de uma pessoa pode beneficiar outras quatro.

Segundo Ministério da Saúde, jovens na faixa etária de 18 a 29 anos representam 42% dos doadores no país. Anualmente, em média, 3,3 milhões de pessoas doam sangue e aproximadamente 2,8 milhões realizam transfusão sanguínea no país. Do total de doadores no ano passado, 60% são homens. No Brasil, estima-se que ainda 32% das doações são motivadas por familiares e amigos de pacientes. 

A doação é permitida entre pessoas de 16 a 69 anos. Para os menores de 18 anos é necessário o consentimento dos responsáveis e, entre 60 e 69 anos, a pessoa só poderá doar se já o tiver feito antes dos 60 anos. Além disso, é preciso pesar, no mínimo, 50 quilos e estar em bom estado de saúde. O candidato deve estar descansado, não ter ingerido bebidas alcoólicas nas 12 horas anteriores à doação e não estar de jejum. No dia, é imprescindível levar documento de identidade com foto.

A frequência máxima é de quatro doações anuais para o homem e de três doações anuais para a mulher. O intervalo mínimo deve ser de dois meses para os homens e de três meses para as mulheres. Se você tiver interesse em ser um doador vá até o Hemocentro de Alegrete. O horário de funcionamento é das 7:30 às 11:30 e 13:30 às 16 h, exceto nas quartas-feira.

Júlio Cesar Santos