Jovens são os mais atingidos pelo desemprego

Taxa cresceu 16,2% na faixa entre 18 e 24 anos, quase o triplo da média nacional

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A taxa de desocupação em abril cresceu mais entre a população jovem, de 18 a 24 anos, afirmou a técnica Adriana Bering, da Coordenação de Trabalho e Rendimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em abril deste ano, o nível de desemprego nesta faixa etária atingiu 16,2%, ante 15,7% em março e 12% em abril de 2014. A taxa média nacional ficou em 6,4%. Em Porto Alegre, foi de 5% em abril.

– Houve crescimento em todas as faixas etárias, mas entre os mais jovens o avanço foi maior. Há tanto uma redução na ocupação (entre os jovens) como também uma maior procura por parte deles – acrescentou.

A técnica do IBGE frisou que o desemprego e a procura por uma ocupação aumentaram em todas as idades. No grupo de 25 a 49 anos, a taxa de desocupação ficou em 5,3% em abril deste ano, ante 5,1% em março e 4% em abril de 2014.

– Não quer dizer que só jovem está buscando trabalho. Todo mundo está buscando. Quando a desocupação aumenta, todo mundo sai à procura de emprego – reforçou Adriana.

Houve aumento inclusive entre os brasileiros de 50 anos ou mais. Nessa faixa etária, a taxa de desemprego ficou em 2,6% em abril deste ano, comparado com 2,3% em março e 1,7% em abril de 2014. Segundo Adriana, o movimento pode ser explicado tanto por aposentados que decidem voltar à atividade diante do cenário adverso quanto por pessoas que postergam o processo de aposentadoria.

Falta de trabalho deve se agravar em maio

Para o economista da Fundação Seade Alexandre Lílian, a tendência é de aumento no nível de desocupação já neste mês de maio.

– Desde o fim do ano passado, o desemprego começou a aumentar. No primeiro trimestre, a coisa não desandou muito, porque ficou aquela expectativa bruta. Mas provavelmente teremos agravamento da situação a partir de maio, com diminuição do nível de ocupação, o que não é muito comum para o período – afirmou.

Segundo Lílian , normalmente o emprego aumenta no segundo semestre, atingindo o pico em novembro e dezembro, e volta a arrefecer no primeiro quadrimestre do ano seguinte. O economista avaliou que a queda da renda média real dos trabalhadores em abril reflete um “efeito duplo” de deterioração do mercado de trabalho e inflação.

– Com a deterioração do mercado, os salários nominais tendem a variar mais negativamente. Por exemplo, as empresas demitem um operário e contratam outro ganhando menos. Com a inflação, o salário real se reduz ainda mais – explicou.

Em abril, a renda média real caiu 0,5% ante março e 2,9% em relação ao mesmo mês de 2014.

Fonte: Zero Hora