Júri do caso Dienifer: réu confirma simulação de mensagens, mas nega agressões

Na manhã desta sexta-feira, 14 de fevereiro, teve início o julgamento de Paulo Cézar Franco da Silva, ex-militar e, na época, companheiro de Dienifer Aranguiz Gonçalves, que foi encontrada morta em seu apartamento em 2021.

O julgamento ocorre no Tribunal do Júri de Alegrete, com a presença de sete jurados – quatro homens e três mulheres, membros da comunidade local.

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O réu, preso em 25 de maio de 2023 em Bagé, é acusado de feminicídio e aborto, já que Dienifer estava grávida de sete meses quando morreu. O caso gerou grande repercussão devido à complexidade das investigações. A morte foi inicialmente registrada como suicídio, mas a Promotoria de Alegrete, após perícias técnicas, concluiu que Paulo Cézar esteve presente no local entre 3h e 4h da madrugada e que a morte de Dienifer foi um homicídio, e não um suicídio, como alegado pelo acusado.

O julgamento teve início com um pedido da defesa para a anulação da sessão, argumentando que não teve acesso aos materiais de prova anexados ao inquérito. O Ministério Público se manifestou contrário, alegando que os prazos legais foram cumpridos. O juiz indeferiu o pedido, e o julgamento seguiu conforme o previsto.

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Durante o interrogatório, o réu admitiu ter mantido uma troca de mensagens se passando por Dienifer e confessou que não queria mais contato com a família dela. Paulo Cézar negou ter agredido a vítima, mas admitiu a existência de brigas no relacionamento, inclusive com a intervenção de vizinhos. O assistente de acusação, Dr. Eliandro Petrocelli, fez diversas perguntas ao réu, que apresentou sua versão dos fatos, incluindo a simulação das mensagens.

Até o momento, foram ouvidas apenas duas testemunhas, uma de defesa e outra de acusação. A Promotoria é representada pela promotora Rochele Jelinek, com o apoio do assistente de acusação Eleandro Petrocelli, enquanto a defesa é composta pelas advogadas Luma Costa, Cássia Dornelles e Nathana Godinho.

O caso de Dienifer Aranguiz Gonçalves ganhou relevância pela gravidade das acusações e pelo envolvimento de uma gestação em curso, além das evidências apontando para feminicídio e aborto. As investigações, que incluíram uma análise minuciosa dos celulares dos envolvidos, apontaram que o réu simulou suicídio e alterou a cena do crime para encobrir sua autoria.

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