Morreu Hugo Favero, um homem que deixou marcas e um grande legado

Morreu na tarde de sexta-feira(23), aos 85 anos, na Santa Casa de Alegrete,  o santiaguense Hugo Francisco Favero, pai de uma das sócias da rádio Nativa, sogro do também sócio e diretor Jucelino Medeiros, que dirigia também o Site Alegrete Tudo.

Se felicidade é um estado de espírito, Hugo Francisco Favero, irradiava alegria, cultura e saber. A sabedoria de vida que o fez ser uma sumidade como desenhista, artista de várias  faces, pois era autodidata, tocava violão e compunha. Uma das músicas que sempre cantava e tocava era: Junto tudo que é seu, de Dalva de Oliveira, dentre outras.

Há onze anos era viúvo, depois de 50 anos de matrimônio com seu grande e verdadeiro amor, Santa Eloi Pires Favero. Hugo, também sofreu a perda de dois filhos, Eloisa e Francisco José Favero.

Cada dia que passava era uma conquista, uma vitória, falava ao se referir dos últimos anos.

O Hugo seguiu os passos do pai, Mário Favero, que foi quem idealizou e executou o monumento de Nossa Senhora Aparecida, na Praça Moisés Viana, em Santiago. Mário, mesmo não sendo engenheiro, recebeu à época uma carteira do CREA para realizar edificações até um determinado número de pavimentos. Assim foi possivel a construção desse importante monumento que é o símbolo da religiosidade da cidade, bem como o Clube União Santiaguense, entre outras obras.

Apaixonado por pescaria, adorava contar anedotas de suas aventuras à beira dos rios. Hugo ainda tinha a poesia e a música como suas aliadas contra às mazelas do cotidiano, pois, sempre estava de bem com a vida, tocava violão no estilo clássico e chegou acompanhar um dos grandes nome do samba no Rio Grande do Sul, o  compositor e intérprete, Túlio Piva.

Depois de 84 anos residindo no mesmo endereço, onde viveram os pais, o último remanescente da quadra, Barão do Rio Branco, em Santiago, mudou-se para Alegrete onde esteve sob o cuidado dos filhos, nos últimos dez meses.

O primeiro emprego foi na CEEE em Porto Alegre, mas por pouco tempo, pois não queria ficar longe da família. No retorno a Santiago ingressou na Prefeitura de Santiago, aos 37 anos, como desenhista. Adorava filmes que tinham alguma mensagem “embutida”, como fazia questão de dizer.

Recitava, dentre tantos poetas, Olavo Bilac:” Ora(direis) ouvir estrelas! Certo.Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto,

Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto…

E conversamos toda a noite, enquanto
A via-láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora: “Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?”

E eu vos direi: “Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas”

Hugo sempre foi uma pessoa muito autêntica, um paizão para muitos. Sua casa simples abrigava a todos, a comida sempre era dividida com qualquer pessoa que ali chegasse. Um homem que transbordava alegria ao ver a felicidade de um terceiro.

O octagenário era um homem, que amava os netos e sempre tinha algo para falar de especial para cada um e de cada um dos doze. Era uma enciclopédia, eclético e muito à frente do seu tempo. Amava escrever e ler.

Ele deixa dois irmãos, Helga e Hermes, quatro filhos, Denise Favero Marques, Roberta Favero Alberti, Jaida Favero, Marco Antônio Nunes(de coração) e Éldio Pires Favero, também colaborador da Rádio Nativa. Genros, Jucelino Medeiros, Dirceu Alberti e Carlos Almeida. Nora, Flaviane Antolini Favero.

Netos: Gabriela; Anderson; Jucelino Júnior; Queler; Willian; Felipe; Fernanda; Ana Paula; Marcele; Eduarda; Vinícius e João Baptista.

Flaviane Antolini Favero