Motorista escolar acusado de matar adolescente em Catuípe vai a Tribunal de Júri

Acusado deve responder por homicídio qualificado, estupro qualificado e ocultação de cadáver. Data do júri, que deve acontecer em Catuípe, ainda não foi definida.

O motorista de transporte escolar acusado de matar a adolescente Maria Eduarda Zambom, de 15 anos, em Catuípe, no Noroeste do estado, será julgado por um Tribunal do Júri, formado por jurados da comunidade.

O acusado deve responder por homicídio qualificado, estupro qualificado e ocultação de cadáver.

A decisão foi proferida pela Vara Judicial de Catuípe. A data do júri, que deve acontecer na cidade, ainda não foi definida.

A defesa do réu pode recorrer da decisão.

Relembre o caso

Maria Eduarda foi considerada desaparecida depois de embarcar no carro do acusado, que deveria buscá-la de ônibus ou kombi, na manhã do dia 29 de março de 2019.

No dia seguinte, o corpo da adolescente foi encontrado com sinais de asfixia. O homem foi hospitalizado com ferimentos no pescoço e no peito, em Ijuí. Posteriormente, foi encaminhado para Porto Alegre.

Em 24 de abril, ele teve alta e foi preso, na Penitenciária Modulada de Ijuí. Em depoimento, ele negou o crime e apresentou duas versões para o ocorrido.

Na primeira, disse que um motociclista armado com uma pistola o perseguiu, cortou a frente do veículo e o obrigou a asfixiar a vítima. Depois, o suposto motociclista teria cortado, com uma faca, o pescoço dele – o homem foi hospitalizado com um corte no pescoço no dia do crime. O delegado contestou a versão.

Após ser questionado pelo delegado e pelo comissário que acompanhava o depoimento, o acusado mudou a versão, afirmando que Maria Eduarda morreu por overdose de tóxico. Ele disse que a menina o forçou a entrar com ela no mato, para que ela consumisse drogas, ameaçando inventar fatos sobre ele, caso não obedecesse.

Conforme familiares, no dia do crime, ele havia buscado Maria Eduarda em casa no próprio automóvel. A prática de levar a estudante no carro particular do motorista, e não de ônibus ou kombi, à escola, acontecia eventualmente, conforme apuração policial.

A avó de Maria Eduarda relatou à polícia que a garota dizia ter medo do motorista, e que ele tinha tentado passar a mão em seus cabelos.

Segundo o Ministério Público, Maria Eduarda foi vítima do réu entre 7h e 16h30.

A investigação encaminhou perícias no telefone celular e na blusa de Maria Eduarda e em pertences do homem, para detectar a presença de material genético dos dois. O laudo da perícia apontou, além da morte por asfixia, que o réu manteve relações sexuais com a vítima sem consentimento.

Fonte: G1