Mulher viva declarada morta teve quadro de ‘autorressuscitação’, diz diretor da UPA de Cruz Alta

Condição é conhecida como Síndrome de Lázaro. Idosa continua internada na UTI do Hospital de Caridade de Ijuí.

A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Cruz Alta, no Noroeste do Rio Grande do Sul, afirmou, nesta terça-feira (27), que a idosa que foi declarada morta mesmo estando viva passou por um quadro de autoressuscitação, fenômeno conhecido Sindrome de Lázaro.

Maria Margarete dos Santos Jesus, de 62 anos, foi encaminhada para a UTI do Hospital de Caridade de Ijuí, onde segue internada.

O parecer foi dado pelo diretor técnico do Instituto de Administração Hospitalar e Ciências da Saúde (IAHCS), que administra a UPA. Segundo o médico Sérgio Ruffini, que conduziu a avaliação do caso, a paciente voltou a respirar uma hora após sofrer uma parada cardiorrespiratória.

“[Ela voltou a respirar] exatamente uma hora depois. É o tempo que eventualmente pode acontecer, neste caso, para esta síndrome, a chamada Síndrome de Lázaro, que é a autorressuscitação após manobras de atendimento à parada cardíaca sem sucesso, que foi o primeiro passo”, disse.

Ruffini afirma que não houve erro médico no caso. Após voltar a apresentar sinais vitais na UPA, Maria foi transferida para o Hospital de Caridade de Ijuí, onde foi submetida a uma operação de implante de uma mola no coração.

“Não houve falha nem de pessoas, nem de instrumentos, nem de equipamentos. Todos os procedimentos foram rigorosamente dentro do que deveria ter sido feito”, sustentou.

Caso

 

Segundo a filha de Maria, Adriane Santos, a idosa passou mal na quinta-feira (22) e desmaiou em casa. A paciente foi levada pela família à UPA de Cruz Alta, onde chegou sem pulsação. A equipe tentou reanimá-la por cerca de 40 minutos.

A médica que atendeu Maria informou Adriane sobre o falecimento. A certidão de óbito foi emitida. Enquanto Adriane encaminhava o enterro de Maria, ela recebeu uma ligação da UPA.

O médico que atendeu a idosa em Ijuí disse à família que Maria sofre com problemas cardíacos e diabetes, o que os familiares não tinham conhecimento.

A família vai entrar na Justiça para anular a certidão de óbito. Maria Margarete é aposentada e pode deixar de receber a aposentadoria por ser considerada morta.

Fonte: G1