O remédio pode ser a leveza do humor, o companheirismo e a retribuição do carinho, ou “apenas” doses incansáveis de puro amor. O porto-alegrense Fernando Aguzzoli, 22 anos, viu-se em desespero ao descobrir a gravidade da doença que acometeu sua avó, Nilva, há seis anos. Em meio à pesquisas, depois do diagnóstico da doença, Fernando descobriu que o Alzheimer é muito mais do que só a perda da memória. ´ Foi por isso que, em janeiro do ano passado, ele resolveu se dedicar exclusivamente a avó, em seus últimos anos de vida. Fernando trancou a faculdade de Filosofia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e deixou ma empresa que tocava com o tio para cuidar da vovó Nilva. E jamais se arrependeu. As experiências do período, ele conta no livro Quem, Eu? — Uma Avó. Um Neto. Uma Lição de Vida. O livro teve seu lançamento e sessão de autógrafos hoje,dia 16, na Athena Livraria. Tomar a decisão de deixar de lado a carreira para cuidar da vovó Nilva — que morreu em dezembro passado — foi difícil, ainda mais quando muitas pessoas de sua idade têm objetivos diferentes e não abririam mão de momentos de sua juventude. Mas Fernando preferiu priorizar aquela que o acompanhou desde a infância, e ajudar a sua mãe, que também estava com o estado emocional abalado. — Aquele momento não voltaria mais, mas a minha carreira, a faculdade, eu poderia retomar. E eu nasci com uma avó coruja que cuidava de mim. Avó já é símbolo de fragilidade, e, então, eu resolvi tomar essa atitude para retribuir o que a minha avó já fez por mim — contou Fernando, em entrevista por telefone ao Diário 2. Com muitas brincadeiras e bom humor, Fernando e a sua mãe conseguiram garantir a qualidade de vida da Vovó Nilva. Os frequentes lapsos de memória da avó viraram motivos para piadas. Até uma página no Facebook foi criada para compartilhar histórias da avó — que hoje tem mais de 95 mil seguidores. No canal YouTube, ele postava vídeos com trechos de conversas engraçadas do dia a dia com dona Nilva. Fonte: Diário de Santa Maria