O bullying escolar continua fazendo vítimas

Perseguições, xingamentos e ameaças. Essas e outras formas de violência fazem parte do bullying, que vem tomando proporções graves em alguns casos, principalmente no ambiente escolar. Na semana passada, um pai, que não quis se identificar para não expor ainda mais o filho, procurou pela reportagem do PAT e falou sobre o ocorrido com o adolescente em uma escola em Alegrete.

Ele disse que muito mais do que a dor em ver que, nesta situação, se deparou com o desamparo diante de algumas barreiras sobre o assunto, mas o principal é passar a mensagem que os pais tenham sempre muito diálogo e compreendam cada mudança que os filhos apresentem.

No caso deste pai, ele disse que procurou pela direção da escola, Conselho Tutelar e Secretaria de Educação. Depois de explicar o que havia ocorrido com o filho de 14 anos e de ouvir todas as explicações por parte de cada órgão, decidiu trocar o menino de escola. A decisão foi, conforme ele, a mais acertada pois não iria conseguir permitir que o filho fosse vítima de outra atitude maldosa por parte dos colegas, segundo relatou.

Em entrevista, o homem disse que percebeu o isolamento do filho. Cada vez acentuando mais a dificuldade de entrosamento na turma, pois na hora do intervalo, o homem passou a “vigiar” o comportamento do estudante sem que ele percebesse. “Quando o observava, percebi que ele ficava isolado de todos. Foi que em um domingo decidi que iria compreender o que estava acontecendo. Então, em uma longa conversa ouvi barbáries. Conforme meu filho, três colegas o xingavam além de baixar as calças, até mesmo as cuecas em frente a outros colegas. Uma perseguição em que ele ouvia muitas ameaças. Ao ver as lágrimas em seu rosto e todo seu sofrimento, parecia que isso não estava acontecendo. Foi chocante. ” – disse.

O bullying é a agressão física, verbal ou comportamental sem motivação, repetitiva e intencional contra uma pessoa a fim de intimidá-la e humilhá-la. Há ainda quem diga que é só uma brincadeira de criança com a qual a vítima deve saber lidar, sem saber a gravidade desse comportamento e os prejuízos emocionais.

O resultado são crianças e adolescentes que guardam o sofrimento para si. As pesquisas sobre bullying apontam que, na maioria das vezes, a situação opressora sequer chega ao conhecimento de pais e professores. É um sofrimento silencioso. Esse pai disse que o filho é muito humilde e que jamais iria falar se não tivesse a insistência. “Eu tô apavorado com tudo que ouvi e todo sofrimento que meu filho passou. Meu concelho é que os pais fiquem atentos a tudo. Somente nós podemos ajudar nossos filhos. Bullying é um assunto muito sério. É comum as vítimas de bullying entrarem em depressão. Não são raros os casos de suicídio.”- finalizou.