O engenheiro alegretense viciado em adrenalina e grandes desafios

O alegretense, engenheiro mecânico, ultramaratonista e fascinado por desafios, Cristian Vieira da Silva, é mais uma grande inspiração e um exemplo de que o mais importante é jamais desistir e sempre ter uma meta, na vida.

No dia 31 deste mês, ele lança mais um novo desafio, vai fazer, de bicicleta, cerca de 1.300KM de Rio Grande a Montevidéu e depois Alegrete. Residindo há 17 anos em Jaraguá(SC), Cristian conversou com a reportagem, por telefone, e explicou um pouco mais sobre esta grande aventura.

O sonho de fazer esta viagem, de bike, pelo litoral sul do Rio Grande do sul, nasceu no dia em que saiu de Alegrete. Ele falou que iria retornar de bicicleta e durante este período, este desejo permaneceu muito presente. O ultramaratonista, vai sair de Rio Grande ao encontro da esposa e da filha que vão estar em Montevidéu. Ele, que vai estar em férias, disse que a oportunidade é um momento para muita reflexão, conhecimento interior, oportunidade de conhecer novas pessoas e principalmente estar no meio da natureza. Esta experiência com certeza será mais uma de tantas que ele vai ter a oportunidade de contar para os netos e para a própria filha, hoje com dois anos. Ter uma história, ter conhecimento e uma bagagem de vida que seja inspiração para muitos.

Depois de ficar cerca de quatro ou cinco dias, desfrutando das férias na Argentina, eis que o destino será Alegrete. O alegretense disse que pretende chegar aqui no dia 14 de agosto.

Questionado sobre a dieta se terá algo especial, Cristian comentou que apesar de todos os treinos , não tem uma regra, apenas o carboidrato no momento de treinos puxados e durante as provas. Ele falou que não consome bebida alcoólica e faz uso moderado de refrigerantes, mas como um bom gaúcho jamais dispensa um suculento churrasco. Isto está na alma, nas raízes. Na bagagem vai trazer o essencial para ficar cerca de três dias, mas sempre que puder parar para apreciar a culinária da região a refeição será feita na cidade que estiver.

Ele que saiu da terra natal em busca de um futuro melhor, pois, à época, não tinha faculdade de engenharia no município, foi para outro estado, onde hoje é o engenheiro chefe da empresa que trabalha, casado e com uma filha de dois anos. Realizado em tudo que faz e muito inquieto, o alegretense disse que sempre está em busca de no mínimo dois desafios por ano, esta é a forma que ele encontrou de nunca desistir dos treinos, já que é um atleta amador. Sua grande paixão é a corrida, no mês passado fez participou de uma prova de 80KM. A bicicleta é parte dos treinos, porque na maioria ele realiza sozinho, por falta de parceiros.

(Bike já está organizada)

Com a adrenalina sempre pulsando, no ano passado também participou de um escalada ao Aconcágua, a maior montanha da América Latina. É a mais alta fora da Ásia, com 6.961 metros de altitude, e, por extensão, o ponto mais alto tanto no Ocidente quanto no Hemisfério Sul. Ele está localizado na Cordilheira dos Andes, na província de Mendoza, Argentina. Cristian disse que eles chegaram até 5 mil metros. Ainda participou de uma corrida de mais de 140KM realizados em dois dias.

Cristian ressalta que dividir o dia-a-dia com treinos, trabalho e família não é uma tarefa fácil devido ao tempo dedicado para cada um, ele enaltece a família e diz que é um grande tesouro. Por esse motivo, os desafios são o norte para manter o foco e encarar todas as adversidades.

Um pouco mais do alegretense.

Cristian disse que aos 18 anos, estava no Exército em Alegrete e como o pai era Policial Rodoviário, pensava em seguir carreira militar, pelo exemplo e inspiração que tinha em casa. Entretanto, a vida trouxe um momento difícil que foi a morte do pai e os sonhos e objetivos mudaram. Ele saiu do quartel e decidiu cursar engenharia mecânica e foi o início de vários desafios e uma nova etapa. Depois de dois anos, a mãe e o irmão também foram residir em Jaraguá, onde permanecem até hoje. Ele cita que o momento de luto e dor, uniu ainda mais a família e nestes anos todos, no mínimo uma vez por ano ele vem a Alegrete. Ano passado teve mais uma perda, o avô paterno. Mas ainda tem as avós materna e paterna, assim como tios, primos e amigos em Alegrete. Ele conclui que visitar a família e rever a tradição gaúcha está no sangue, não tem como negar.

Flaviane Antolini Favero