Pelo segundo mês consecutivo, Alegrete fica com saldo negativo em vagas de empregos formais

O Brasil abriu 313.564 vagas de emprego com carteira assinada em setembro, segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgados no último dia 29, pelo Ministério da Economia.

É o terceiro mês seguido de saldo positivo e o melhor resultado para um mês de setembro em 29 anos, desde 1992, quando foi iniciado o levantamento. Em 2020, porém, o balanço ainda é negativo: nos nove primeiros meses do ano, foram perdidos 558.597 empregos, em meio à crise causada pela pandemia de coronavírus.

Em Alegrete, o bimestre foi negativo. O município que enfrenta sete meses de pandemia, conseguiu nos meses de março e julho fechar com números positivos em relação a empregos formais com carteira assinada. Em março o estoque de empregos era de 11.127, e no terceiro mês do ano foram mantidas 107 vagas de trabalho. A cidade teve 399 admissões, contra 292 desligamentos.

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Em abril, o saldo foi o pior registrado pelo município. Com a criação de 96 vagas, foram fechados 287 postos de trabalho, gerando um saldo negativo de 191.

Os meses de maio e junho também foram negativos, embora houvesse uma diminuição nos números. Menos 106 empregos em maio e 26 carteiras assinadas tiveram o contrato encerrado. Já o mês de julho encerrou o semestre de forma positiva. Foram 15 postos de trabalho mantidos na cidade.

 

Em agosto, ocorreram 178 admissões e 179 desligamentos, apenas um posto de trabalho foi extinto. Em setembro, a cidade de Alegrete contabilizou um estoque de empregos de 10.986, gerando 166 admissões, mas demitiu mais, foram 189 vagas de empregos cessadas, deixando um saldo negativo de 23.

Os números de setembro são resultado de 1.379.509 contratações e 1.065.945 demissões. Com isso, o total de empregos com carteira no Brasil chegou a 38.251.026, o que representa aumento de 0,83% em relação a agosto. Na comparação com janeiro (38.923.831), porém, o total de empregos caiu 1,73%. Os dados do Caged consideram apenas vagas com carteira assinada.

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Há uma outra pesquisa, feita pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que é mais ampla, levando em conta empregos informais. Segundo o dado mais recente dessa pesquisa, o desemprego bateu recorde no Brasil em setembro, com 13,5 milhões de desocupados e uma taxa de desemprego de 14%.

Segundo o pesquisador Daniel Duque, da FGV (Fundação Getúlio Vargas), o aumento de vagas com carteira assinada nos últimos pode não ser tão bom quanto parece. Para ele, o número está muito diferente de outras pesquisas sobre trabalho, realizadas pelo IBGE. Também há divergências com dados de seguro-desemprego. O pesquisador diz que os números sobre demissões podem não ter sido enviados pelas empresas ao governo.

Júlio Cesar Santos

Foto: Eduardo Silveira