Pequenos produtores da região do Durasnal lutam para continuar vendendo produtos coloniais

A questão de vender  produtos de origem animal ou vegetal em balcões de armazéns ou bares levantou uma polêmica entre produtores da região do Durasnal.

Eles acreditam que os pequenos produtores que trabalham devem ter a oportunidade de vender alimentos como: galinha, queijos, ovos e outros sem toda esta burocracia.

A produtora Tânia Almeida destaca que não tem cabimento um que faz um queijo por dia competir com uma agroindústria que produz 30 ou 40 unidades. Ela disse que a Casa do Produtor está quase sem nada para vender, porque retiram galinhas crioula, peixes, ovos e outros de quem não tinha selo. – Isso tem que ser revisto, porque para uma pessoa que trabalha se legalizar tem custo alto. A Vigilância exige que se faça um espaço adequado para isso e esses são pequenos e não têm condições.

Ela foi enfática ao dizer que é preciso haver incentivo para os pequenos produtores trabalhar e permanecer na área rural. Eles acordam de madrugada, trabalham e têm que vender como se fossem clandestinos, questionou. Para a produtora, isso é um desincentivo a quem quer trabalhar, principalmente os pequenos, aqueles que vivem em propriedades que só podem ganhar fazendo quitandas.

Eles se reuniram, dia 4, no CTG Oswaldo Aranha quando esteve presente o prefeito Márcio Amaral, Secretário de Agricultura, Daniel Gindri, vereadores ( Rudi Pinto , Cléo Trindade e Vanda Dorneles), presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais,  Jeus Alzir, Fátima Marchezan do Conselho de Agropecuária Enio Aurélio- Gestor da Casa do Produtor.

Um grande número participou da reunião com o objetivo de buscar as alternativas para que possam vender o fruto do seu trabalho, já que está é a forma que tem de ajudar a manter o sustento de suas famílias, colocou Mirian Rodrigues.

Os técnicos da Secretaria de Agricultura, Gabriel Charão e Carlos Humberto da Conceição, explicaram que os produtos caseiros podem ser produzidos para consumo próprio, mas que devem respeitar as regras na hora da comercialização, até por questões de saúde.

A diretora da Vigilância Sanitária, Adriana Sales, informou que é possível os produtores solicitarem uma pré- vistoria, onde os técnicos da Vigilância vão até o local para orientar quanto aos procedimentos. Adriana informou que os produtos de origem animal tem que passar pelo Serviço de Inspeção Municipal – SIM e estar devidamente rotulados.

Tania Almeida citou que em beira de estradas, como em Jaguari, e até indo para Santa Maria, sempre tem pessoas vendendo de tudo e aqui nada pode.

-Isso começou na nossa região, do Durasnal, mas acredito que todos os pequenos produtores de Alegrete enfrentem a  mesma situação.  A crise é grande, mas quem trabalha tem que ter tratamento diferenciado”, pontua.

O Prefeito Márcio Amaral  diz que a ideia é apresentar  as maneiras que eles podem fazer para se adequarem às normas sanitárias. Não somos contra os produtores fabricar seus produtos. Muito pelo contrário, sempre apoiamos a agricultura familiar. Mas não somos nos que fazemos as leis, cumpre- se o que é estipulado e tem, algumas para cumprir em estabelecimento que são registrados”. Já quem quiser fazer para consumo e vender para amigos não tem nada que impeça, não há como controlar, considera.

Ficou definido na reunião que será encaminhada para a Secretaria de Agricultura uma relação dos produtores que desejam se adequar às normas, para receberem visitas técnicas de orientação para a formalização.

Vera Soares Pedroso