
O Sindicato da Indústria da Construção de Estradas, Pavimentação e Terraplenagem do Rio Grande do Sul (SICEPOT-RS) e a Associação Brasileira de Distribuidores de Ligantes Asfálticos (ABEDA) formalizaram, nesta terça-feira (18/03/2025), às 18h, a entrega oficial da pista de pavimentação flexível ao Prefeito Jesse Trindade, em Alegrete. A estrutura, com 100 metros de extensão, foi doada para permitir uma comparação direta com o experimento de pavimentação em concreto de cimento Portland, que vem sendo conduzido na mesma avenida sob incentivo da indústria do cimento/concreto.
Execução e Entrega da Pista de Pavimentação Flexível
Após a preparação das camadas inferiores de base e sub-base, a pavimentação asfáltica teve início na manhã desta terça-feira. Ao final do mesmo dia, às 18h, a via já estava pronta e sinalizada, estando em condições de ser liberada ao tráfego. O pavimento flexível foi dimensionado para suportar a mesma carga e ter a mesma vida útil do pavimento rígido em concreto, que está sendo executado em frente à Universidade Federal do Pampa (Unipampa).
A estrutura da pista flexível foi composta pelos seguintes elementos:
20 cm de Macadame (sub-base estrutural e drenante);
15 cm de Brita Graduada Simples (BGS) (base);
6 cm de Concreto Betuminoso Usinado a Quente (CBUQ) com polímero (camada de rolamento asfáltica);
Total da estrutura: 41 cm de pavimento flexível.
Problemas no Pavimento Rígido em Execução
A execução do pavimento rígido enfrentou dificuldades. O projeto previa uma espessura de 13 cm de concreto, mas, após um incidente de trânsito na madrugada de domingo, placas rompidas foram analisadas e apresentaram espessuras variando entre 16 cm e 18 cm. Esse aumento inesperado elevou os custos do projeto em até 40% devido ao maior consumo de material.
Diferente da pista flexível, a pavimentação em concreto não recebeu uma camada de macadame estrutural e drenante ou outra solução equivalente, sendo aplicada apenas sobre uma camada superficial de brita. A ausência dessa base compromete a drenagem e a estabilidade do pavimento, reduzindo sua vida útil e aumentando a probabilidade de falhas estruturais, especialmente em períodos de alta umidade.
Análise Comparativa de Custos – Pavimento Rígido vs. Pavimento Flexível
O SICEPOT-RS e a ABEDA apresentaram ao Prefeito dois orçamentos detalhados, considerando os seguintes fatores:
Pavimento Flexível (CBUQ)
Remoção do pavimento antigo;
Reconstrução da base e sub-base com estrutura completa;
Aplicação da camada de CBUQ com polímero.
Pavimento Rígido (PUC – Pavimento Urbano em Concreto)
Remoção do pavimento antigo;
Aplicação de uma camada mínima de Brita Graduada (sem reforço estrutural adequado);
Execução da placa de concreto de 13 cm com macro fibra e cura química.
A análise demonstrou que, mesmo sem considerar a sub-base que deveria ter sido implantada, o pavimento rígido teve um custo 20% superior ao do pavimento flexível para a mesma carga e vida útil. Ao incluir a estrutura de sub-base necessária e o excesso de espessura aplicado no concreto, o custo do PUC superou em mais de 50% o custo do pavimento flexível.
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Situação do Pavimento Anterior e Importância da Comparação
Antes da nova pavimentação, a Avenida Tiarajú contava com apenas uma camada de 5 cm de CBUQ aplicada diretamente sobre solo/cascalho, sem estrutura de base ou sub-base. Essa condição reforça a necessidade de um projeto bem dimensionado para garantir melhor desempenho e longevidade do pavimento.
O SICEPOT-RS e a ABEDA destacam que a iniciativa permitirá o acompanhamento técnico da durabilidade e do comportamento de ambas as soluções ao longo do tempo. A parceria com a Unipampa e a Prefeitura de Alegrete viabilizará um monitoramento contínuo do desempenho dos pavimentos, permitindo que futuras escolhas sejam baseadas em critérios técnicos e financeiros, e não apenas em interesses comerciais.
A comparação entre as soluções será aberta ao público, e a avaliação técnica servirá como referência para outros municípios que buscam eficiência e sustentabilidade na pavimentação de suas vias urbanas.



