Alegrete registra casos alarmantes de carros e motos clonadas
Desde o ano de 2013, os casos estão aumentando na cidade. Na Delegacia de Polícia o número de ocorrências registradas levantam suspeitas de clonagens.
Entre os casos, um militar que estava de serviço militar e seu carro estacionado no pátio da unidade militar. Dias depois recebeu uma multa, infração cometida na cidade de São Leopoldo no horário e dia em que estava no quartel.
Até um motociclista foi alvo, registrou que sua moto foi adquirida numa revenda autorizada da cidade, e recebera uma multa na Grande Porto Alegre, sem nunca ter tido na cidade mencionada.
O caso veio à tona quando um advogado foi preso, em Alegrete, no mês de maio, suspeito de comercializar veículos clonados. A Polícia Civil instaurou inquérito e encaminhou para perícia os veículos apreendidos (Sorrento, Fusion, Focus e S10).
Na época a delegada Josiane Froehlich, disse que três deles eram clonados e um quarto veículo o número do motor consta como objeto de roubo em Viamão.
O suspeito se apresentou à Delegacia de Polícia de Alegrete, pois já havia sido pedido sua prisão preventivae decretada pelo Poder Público.
Recentemente duas camionetes catarinenses circulavam pela cidade com documentos falsos. O departamento de investigação da Polícia Civil agiu no esquema de vendas destes veículos clonados. Uma S10, em posse de um produtor rural tinha sido roubada em Porto Alegre, somente a placa do veículo foi adulterada. Outro veículo furtado em Santa Catarina estava sendo revendido na cidade por uma revenda de automóveis.
O trabalho da Polícia agora é desvendar o esquema. Quem são os operadores que vendem e tentam repassar esses veículos.
As pessoas idosas estão entre as principais vítimas dos clonadores. Em Alegrete, o Delegado Adriano Linhares Rodrigues trabalha incansavelmente para combater ações nesse sentido. A equipe da Polícia Civil tem logrado êxito no combate de veículos adulterados, diminuindo a margem de atuação dos clonadores.
Dicas importantes
A recomendação é vistoriar o veículo antes de fechar negócio. A indústria da clonagem de veículos está crescendo no Rio Grande do Sul. A cada 10 veículos furtados ou roubados, seis vão para desmanche e quatro para clonagem.
A estimativa é da Delegacia de Repressão a Roubos de Veículos (DRV), que tem se dedicado ao alertar os consumidores, especialmente pessoas idosas, sobre os veículos clonados à venda.
Muito embora a lei permita que o comprador do veículo usado só faça a transferência para o seu nome 30 dias depois da compra, as pessoas mais cuidadosas colocam como condição para fechar o negócio uma vistoria no CRVA. É uma garantia de que não estão adquirindo um veículo clonado, comenta o delegado.
Antes, o comprador levava um mecânico para dar a palavra final no negócio. Hoje, ele deve levar o vendedor ao CRVA para vistoriar o carro antes de comprar, aconselham especialistas no assunto.
Na Capital do Estado semanalmente quatro pessoas, em média, são vítimas dos clonadores. Apesar de ser uma minoria entre as 5.153 ocorrências de furtos e roubo de veículos que aconteceram no primeiro semestre. Um aumento de 16,6% sobre igual período do ano passado.
Os cuidados para evitar comprar um carro clonado
A clonagem não pode ser detectada a olho nu. É necessário fazer uma vistoria no Centro de Registro de Veículos Automotores (CRVA). O endereço e as instruções de como fazer podem ser encontrados no Portal de Trânsito.
A simples conferência das características do veículo, como número do chassi, cor e ano com as escritas na documentaçãonão é garantia.
Não se deixe seduzir por desconto generoso, ele pode ser uma isca para atraí-lo.
Procure anotar o máximo de informações possíveis que ajudem a identificar o vendedor.
Não dê dinheiro como sinal de negócio.
O que é clonagem?
Ela surgiu há uma década. Os bandidos roubam um veículo e altera os seus sinais identificadores, número do chassi, adotando os de um veículo legalizado de modelo e cor iguais.
O que acontece com o comprador?
Ele é tratado pela polícia como comprador de boa-fé, que não sabia o que estava comprando e deve entregar o veículo às autoridades. Caso ele tente vender o veículo, o tratamento muda. Passa a ser receptador e responderá a um inquérito policial.
Prevenção em oito atos
I – O motorista deve procurar uma delegacia da Polícia Civil caso desconfie que seu veículo tenha sido clonado.
II -Com a ocorrência, deve ser feita vistoria (R$ 55,35) em um Centro de Registro de Veículos Automotores. A vistoria examina os sinais identificadores, como número do chassi e do motor. Após análise, é emitido um laudo de autenticidade do veículo.
III – A partir deste momento, pode ser incluída a suspeita de clone no sistema.
IV – A inclusão da informação estará disponível para os órgãos de trânsito do país. Se alguém comprar um veículo clonado, a transferência não será concretizada por causa do alerta, e o carro será apreendido.
V – A chance de clones serem identificados em barreiras (se for consultado o Renavam).
VI – No site do Detran/RS (detran.rs.gov.br), ícone veículos, é possível saber se um carro tem restrições. É preciso o número da placa e o código do Renavam. Quando houver problemas, surge a informação “Averbação: consulte o Detran”.
VII – A restrição também aparece no site do Denatran (www.denatran.gov.br) no ícone “veículos”.
VIII – Vítimas de clonagem, com provas concretas, já conseguiram trocar as placas dos carros mediante ações judiciais ou mesmo por meio administrativo junto ao Detran/RS.
Fonte: DRV