Polícia indicia irmão de Edelvânia por homicídio e pede preventiva

De acordo com a Polícia Civil, o motorista Evandro Wirganovicz foi responsável por cavar o buraco onde o corpo de Bernardo foi deixado

 
O irmão da assistente social Edelvânia Wirganovicz, o motorista Evandro Wirganovicz, foi indiciado nesta sexta-feira por homicídio simples e ocultação de cadáver do menino Bernardo Uglione Boldrini, assassinado no início de abril com uma injeção letal. Conforme a Polícia Civil de Três Passos, no noroeste do Estado, o homem foi o responsável por cavar o buraco onde o corpo da criança foi deixado.
O relatório com o indiciamento foi encaminhado pela polícia ao Ministério Público do município. O órgão, que já havia denunciado Wirganovicz por ocultação de cadáver, agora pode denunciá-lo também por homicídio. A primeira denúncia foi aceita pela Justiça.
A Polícia Civil ainda encaminhou à Justiça um pedido de conversão da prisão temporária do motorista, que vence neste domingo, em preventiva. Ele foi preso temporariamente no dia 10 de maio em Frederico Westphalen, no norte do Estado, por 30 dias.
Segundo a delegada responsável pela investigação, Caroline Bamberg Machado, há provas de que Wirganovicz cavou o buraco onde o corpo de Bernardo foi enterrado dois dias antes do assassinado do menino, o que aponta a participação dele no crime:
— Ele foi indiciado por homicídio porque fez a cova sem ter um corpo, ou seja, ele sabia do crime — relata Caroline.
Apesar de os outros três participantes do assassinato de Bernardo — o pai do menino, Leandro Boldrini, a madrasta Graciele Ugulini, e a assistente social Edelvânia Wirganovicz — terem sido indiciados por homicídio qualificado, Caroline argumenta que a investigação não apontou o conhecimento de Wirganovicz sobre os agravantes do crime, como o motivo fútil e a injeção letal.
No primeiro depoimento que prestou à Polícia Civil, o motorista afirmou que não esteve no local onde o corpo de Bernardo foi encontrado. Depois, em um segundo depoimento, ele admitiu que foi ao local, mas que teria ido pescar. O carro dele foi visto no matagal por uma testemunha.
A delegada afirma que este é o último indiciamento relacionado ao assassinato de Bernardo, o que praticamente encerra o trabalho da investigação, embora a Polícia Civil ainda aguarde a conclusão de laudos periciais solicitados ao Instituto-Geral de Perícias (IGP).
Em carta, Edelvânia inocentou o irmão
Depois que ficou sabendo da prisão do irmão, Edelvânia escreveu uma carta inocentando o motorista. O relato, escrito na cela onde ela está recolhida, na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba, na Região Metropolitana, garante que Evandro não tem qualquer envolvimento com o assassinato do menino.
“Meu irmão não participou”, escreveu ela.
Veja como teria ocorrido o crime
 
 
Fonte: Zero Hora