Polícia investiga se houve negligência médica na morte de dona de casa

Terezinha Laudelina Ribeiro da Silva morreu na última sexta-feira(26), a caminho da unidade de Estratégia de Saúde da Família (ESF) da Vila Urlândia, onde buscaria por atendimento

A Polícia Civil de Santa Maria vai investigar se houve negligência médica na morte da dona de casa Terezinha Laudelina Ribeiro da Silva, 56 anos, que morreu na última sexta-feira(26). Ela estava a caminho da unidade de Estratégia de Saúde da Família (ESF) da Vila Urlândia, em Santa Maria, mas morreu na rua, há uma quadra do local.

Segundo o delegado André Diefenbach, que vai investigar o caso, duas ocorrências foram registradas: uma informando a morte e outra denunciando a negligência. Ainda conforme o delegado, os parentes que registraram a segunda ocorrência informaram que Terezinha já passava por tratamento de saúde na unidade. Ainda segundo os familiares, quando morreu, a dona de casa estava indo ao posto pela segunda vez, no mesmo dia, em busca de socorro:

— Vamos ouvir parentes, testemunhas e a equipe do posto para ver se se tratava de um caso de urgência e porque não foi dado o atendimento. Vamos averiguar se houve ou não negligência.

Segundo a filha de Terezinha, Elisiane Ribeiro da Silva, 39 anos, a mãe, que era hipertensa e sofria de depressão e problemas cardíacos, procurou atendimento por volta das 6h30min de sexta-feira, pois estava com dor no peito, tontura e dor de cabeça. Quando ela chegou à unidade, a equipe teria mandado que ela voltasse à tarde, pois não teria mais ficha para atendimento de manhã. Por volta das 11h, Terezinha saiu de casa para retornar ao posto, mas não conseguiu chegar.

— Os médicos do posto já conheciam o quadro dela, sabiam dos problemas de saúde que ela tinha e, mesmo assim, não verificaram a pressão, só mandaram que ela voltasse de tarde. Nós temos testemunhas que viram ela dizendo que não estava bem e, mesmo assim, eles não fizeram nada — afirma Elisiane.

A secretária de Saúde, Vania Olivo, informou que, na manhã desta segunda-feira, realizou uma reunião com os médicos, enfermeiros e técnicos em enfermagem da unidade de saúde para esclarecer o que aconteceu. Segundo Vania, a equipe disse que a paciente esteve no posto para mostrar exames e retirar uma receita, mas que não teria ficado lá para aguardar atendimento. A secretária disse, ainda, que o local não atende urgência e emergência, mas agenda as consultas.

— Segundo a equipe, a consulta dela ficou agendada para de tarde. E eles disseram que ela não falou que estava se sentindo mal. Se fosse constatado que era algo urgente, ela teria recebido o atendimento — garante a secretária.

Vania disse, ainda, que vai abrir uma sindicância para apurar o caso e constatar se houve ou não omissão por parte da equipe.

A família de Terezinha vai realizar um protesto no próximo sábado a partir das 11h. A ideia é percorrer o trajeto feito por Terezinha, saindo da casa dela e seguindo até o posto e, depois, até a secretaria de Saúde, onde devem ser colados cartazes contra a falta de atendimento.

Fonte: Diário de Santa Maria