A interdição da ponte Borges de Medeiros desde a última semana, em Alegrete, tem influenciado diretamente na diminuição do público que prestigia a 73ª Exposição Agropecuária de Alegrete. Em 73 edições, os organizadores nunca haviam se deparado com uma situação parecida. Para Pedro Píffero, presidente do Sindicato Rural de Alegrete, entidade que organiza a feira desde 1920, impulsionada pelo desenvolvimento da pecuária no interior, os negócios rurais não sofreram abalo com a situação. “Quem precisa fazer negócio vem. O nosso público alvo, o produtor, quer investir em genética ou comprar máquinas e se desloca sem nenhum problema. Ele está na expofeira e os negócios ocorrendo dentro do esperado. Acho que a feira perde no atacado, pois o público em geral, às vezes, se indispõe até com uma chuva, que dirá com tal transtorno”, sinaliza.
O presidente enfatiza que o grande prejudicado é o pequeno expositor, que depende do público geral. “Os remates estão indo bem, mas os estandes acabam vazios e o comerciante perde muito”, garante. Píffero considera que o desvio que deve ser feito pela BR 290, o que eleva o percurso em 10 quilômetros, deverá ser o grande empecilho para quem irá visitar a Expofeira. “É mais uma dificuldade, mas perfeitamente superável. A previsão é de tempo bom e temos inúmeras atrações. Alegrete tem 30 mil veículos não deveria ser um problema se deslocar para prestigiar um evento tão importante para a economia local”, comenta. Para ele, opções de entretenimento não faltam para quem quer visitar a feira. “A estrutura foi montada de forma que atendesse às necessidades de criadores, expositores, condutores, julgadores e público visitante. Com isso, estamos observando que nossa feira está dentro dos mais altos padrões de qualidade”. A programação abrange a parte técnica, com exposição, desfiles e julgamentos de mais 1250 animais de 50 raças, entre bovinos de corte, bovinos de leite, zebuínos, equinos, ovinos, aves e coelhos. O artesanato do Alegrete torna a feira significativa para os artesãos da cidade, dando visibilidade a produtos típicos locais e regionais confeccionados em lã crua, couro e metal, e que também refletem a cultura das diversas etnias do Estado. Além disso, são promovidas palestras técnicas, fóruns, seminários, cursos com temas sempre voltados ao aprimoramento da agropecuária. Na programação, muitos shows de música, dança, apresentações folclóricas e comidas típicas. NO domingo, ocorre a tradicional Mostra de Cães.
O presidente defende que a medida tomada pela Prefeitura é correta e preventiva, pois foi uma avaliação feita por técnicos sobre a segurança da ponte. “Não há muito que fazer neste caso”.