Por que com a queda de novos casos a UTI Covid permanece lotada? Doutor José Fábio explica o novo momento da pandemia

Há quatro dias para encerrar o mês de abril, a reportagem do PAT, falou com o Diretor Técnico da UPA e da UTI Covid-19, Dr. José Fábio Pereira. Com um quadro muito diferente no mesmo período do mês de março que foi, até o momento o pior período da pandemia registrado, não apenas em Alegrete,  mas no Estado e no mundo, com recordes de casos positivos e óbitos,  o mês de abril está tendo um grande arrefecimento.

 

Até o momento,  em 26 dias, foram registradas 46 mortes em decorrência da Covid-19.  Também houve o registro de 1.048 casos confirmados,1.704 pacientes negativos e o total de 2.734 pessoas testadas, conforme o período citado acima.

Com diminuição expressiva no número de casos positivos e óbitos diários, se comparado com o mês anterior, um indicador não evidencia a tendência de queda. A ocupação na UTI Covid, desde o início de março mantém 100% da sua capacidade.

Para compreender e saber o porquê não ter ocorrido queda na UTI, buscamos mais detalhes com Dr José Fábio.

Na explicação, uma boa notícia. O número de pacientes,  atualmente internados na UTI Covid, não significa que os casos permanecem graves como há poucos dias, é exatamente o benefício do arrefecimento que possibilitou um atendimento ainda mais ostensivo.

Dr José Fabio acrescentou que o perfil dos pacientes UTI Covid,  é outro. Pois há cerca de oito com intubação e um quadro mais grave, os demais, são pessoas que necessitam de VNI(máscara adaptada), esse suporte melhora os níveis de oxigenação e diminui o desconforto respiratório evitando desta forma a necessidade da intubação.

” Nesta segunda-feira teve alta na UTI Covid,  hoje, possivelmente terá outra. Isso quer dizer que os pacientes, na grande maioria estão conscientes,  conversando, se alimentando, porém,  necessitam da VNI. Então, eles estão ocupando vagas que antes eram destinadas apenas para pacientes graves. Além das vagas para pessoas de fora do Município.  Estamos com três internados de cidades vizinhas. Anteriormente, esses pacientes ficavam no Hospital de Campanha” completou.

O médico ainda acrescentou que os pacientes graves estão ficando mais tempo,  mas isso também representa uma melhora bem significativa diferente do quadro de cada 10 intubados, a média era de 7 óbitos. Além de cinco pacientes que estão há mais de um mês e já podem ser transferidos para UTI Adulta,  pois o período do vírus ativo já passou. Para encerrar,  o médico destaca que os pacientes já não chegam com o quadro grave e isso vem somando para que o atendimento e o tratamento tenham um resultado positivo muito mais rápido e eficaz. Todavia,  esse quadro positivo que já deu um fôlego para o sistema de saúde e também representou menos sofrimento e dores em decorrência de perdas de entes queridos,  não significa que a população venha relaxar nos cuidados e todas as observações realizadas desde o início em relação aos protocolos.  Mesmo com a vacinação e a diminuição dos casos, o vírus se mantém implacável e a pandemia ainda sem uma perspectiva do fim.

O momento permanece de muita cautela e cuidados permanentes com uso da máscara, álcool em gel e distanciamento social.

Flaviane Antolini Favero