Prefeito ouve usuários sobre catracas extras no transporte coletivo

A polêmica sobre a instalação de roletas adicionais nos ônibus do transporte coletivo de Alegrete motivou a Administração Municipal a chamar grupos representativos de usuários para fazer a escuta das demandas.

O encontro aconteceu ontem, dia 6, no gabinete do prefeito Erasmo Silva. Estiveram presentes representantes da Associação de Familiares e Amigos de Deficientes (AFAD), Comitê Gestor de Políticas Públicas de Acessibilidade, Bloco de Lutas, Conselho Municipal do Idoso e o Centro Estudantil da Unipampa.

Os representantes posicionaram-se contra a atual situação, em que a entrada acontece pela porta da frente, onde a tarifa é paga, e uma catraca adicional fica localizada em frente à saída traseira. “Se uma roleta já é difícil para uma pessoa de idade, imagine duas”, afirma Luís Marques Saldanha, que narrou acidentes  causados pela dificuldade de acesso. Outra circunstância alegada é a dificuldade de evacuação em caso de sinistros ou situações de pânico, em que as saídas de emergência seriam insuficientes com as duas portas restritas.

Após reunião com usuários do transporte coletivo, prefeito Erasmo vai chamar empresas para buscar alternativas para a situação das roletas extras

O presidente da AFAD, Paulo Santos, mencionou o espaço insuficiente antes da primeira catraca, que por lei deve ser de no mínimo 10% do total do carro. Pede a sensibilidade das empresas para possibilitar o acesso pela porta do meio em casos especiais.

O aumento dos atrasos das linhas também entraram na discussão. Segundo os fiscais de transporte da Secretaria de Infraestrutura, as roletas traseiras em frente à escada tornaram a saída dos usuários mais lenta, retardando o andamento do itinerário em até 20 minutos, enquanto a tolerância é de no máximo cinco minutos.

Para o componente do bloco de lutas, Luis Pércio, a responsabilidade de fiscalização é das empresa. “O trabalhador ou o estudante tem hora pra chegar no destino. Ele não pode ser penalizado por um problema que não é seu”, argumenta.

O prefeito Erasmo Silva vai buscar o diálogo com as concessionárias para apresentar os argumentos levantados e buscar em conjunto a melhor alternativa. “O que fica claro é que como está não pode ficar. Não podemos esperar um caso mais grave para resolver o problema. A questão da segurança é incontestável”, afirma. O novo encontro deve acontecer na próxima semana.