Em meio à pandemia do novo coronavírus, uma boa notícia pode se confirmar nos próximos meses. A prefeitura acenou com uma possível parceria com o Exército Brasileiro na recuperação do prédio da Estação Ferroviária.
Construída em 1924, o local serviu de cenário durante décadas para viajantes de todo o estado, do país e até dos países fronteiriços.
A decadência do transporte ferroviário no final dos anos 80, teve como conseqüência a suspensão dos trens para passageiros, permitindo que a Estação perdesse sua função e a cidade , o empobrecimento de uma classe social, silenciando sua forte vocação de cidade ferroviária.
A construção histórica da Estação, retrata o passado pujante de uma cidade e hoje, mesmo sendo um patrimônio que apresenta um processo de deterioração, deveria estar inserida em planos de recuperação do Patrimônio Histórico do Município.
Ao longo dos anos o local foi abandonado por quem mais deveria zelar pela área. Em Fevereiro de 1996, cruzou o último trem de passageiros em Alegrete. De lá para cá só restam lembranças.
O Portal Alegrete Tudo já fez várias abordagens sobre o local, inúmeras situações aconteceram ao longo do tempo que culminaram com um prédio comprometido em sua estrutura.
Abandono e deterioração fazem parte do cartão postal. Ali paredes pichadas, desde que os vagões com grafites, foram embora, a gare está virada em lixo, banheiros abandonados, encanamento quebrado, um cenário desolador.
Partes de cimento ameaçam cair da altura do teto, algumas telhas já desabaram sobre a cobertura que dá sinais de desabamento.
O lugar já foi alvo de invasões. Uma liminar retirou alguns moradores, outros lá permanecem. A cerca em vários pontos foi cortada e ali pedestres usam como atalho para chegar no centro mais rápido.
A passarela pouco é usada, muitos preferem passar por baixo. A lembrança do trem de passageiros e o movimento na estação ficou na lembrança e a para quem visita o local só restam saudades de um tempo que não volta mais.
Recentemente a prefeitura obteve a cessão de uso e responsabilidade pelo prédio. Depois de sucateado, o prédio ainda pertence a União (DNIT). Embora com uma arquitetura histórica a estação não é um patrimônio tombado. O IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, alega que em função das várias trocas de cessão não houve possibilidade de arrolar documentos que viabilizassem o tombamento.
O prefeito Márcio Fonseca do Amaral diz que existe muitas ideias. “O problema é que não existem recursos financeiros para que possamos fazer a restauração”, explica Amaral.
Porém ele confirma o contato com o comando da Guarnição Militar no intuito de montar uma parceria com o Exército. O prefeito pondera que ainda não há uma definição sobre a forma desta parceria. Uma proposta do município será apresentada à 2ª Brigada em Santa Maria. “Se Deus quiser vamos conseguir resolver essa questão”, acredita o prefeito Márcio.
Em contato com o procurador do município José Rubens da Rosa Pillar, são várias frentes para manter a fachado o patrimônio. Tentativas com a iniciativa privada e até na comunidade foram pensadas. Com o atual cenário da pandemia os recursos financeiros estão escassos e voltados para o tratamento da Covid-19.
Uma das ideias apuradas seria um amplo espaço cultural, mas esbarra na falta de dinheiro. Quanto à parceria, Rubens diz que existe uma bela perspectiva. “Com o avanço da pandemia o tema esfriou um pouco, mas vamos retornar contatos para concretizar esse sonho de muitos”, destacou o procurador.
Júlio Cesar Santos Fotos: PAT/Júlio Cesar Santos
e receba os alertas de notícias em nosso grupo exclusivo! É de graça.