Prefeitura realiza reunião para avaliar efeitos da estiagem na área rural

Com a intenção de fazer um levantamento dos problemas causados com a falta de chuvas no interior do município por efeito da já prolongada estiagem que afeta o Rio Grande do Sul, o prefeito Márcio Fonseca do Amaral recebeu em reunião no gabinete, na manhã desta sexta-feira (14/02) representantes do setor produtivo rural de Alegrete.

O secretário de Agricultura e Pecuária, Daniel Gindri, mostrando-se preocupado, relatou que já existem registros de perdas nas lavouras de soja, em algumas localidades, que atingem entre 30% a 40% da produção, além de perdas na produção de hortaliças e de melancias. De acordo com as últimas informações coletadas pela secretaria, também há relatos que produtores de gado estão soltando seus animais nas estradas e corredores do interior para que se alimentem, já que os campos estão secos.

 

O engenheiro agrônomo da Cooperativa Agroindustrial Alegrete Ltda – CAAL, Alex Vercilino Franklin da Silva, relatou aos demais que, no 2º Distrito do Passo Novo e no 3º Subdistrito do Durasnal, que têm grandes áreas de soja, a quebra da produção será grande. “Estima-se que o município tenha cerca de 60 mil hectares de soja plantados e a perda em áreas novas causará impacto financeiro no computo geral”, diz.

Neste sentido, Tiago Pedroso, representante da EMATER, informa que em janeiro, computou-se a quebra de 15,6% da produção de soja alegretense, aproximadamente, R$ 27 milhões em prejuízos; e, que para o próximo relatório oficial para o mês de fevereiro, alcance os 30% ou R$ 54 milhões.

Jesus Alzir Fernandes Dorneles, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alegrete (STR), relata que as dificuldades estão aumentando para os pequenos produtores com a estiagem e ratifica as informações do secretário Daniel Gindri.

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A produção de leite no município também está com perdas, segundo informações relatadas na reunião de avaliação da estiagem. Para os representantes dos setores produtivos da área rural,  a falta de pastagens, silagens e água para dessedentação animal, já provocam perdas de 20% na produção leiteira do município, sem considerar as perdas futuras ainda não avaliadas.

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Conforme o Relatório de Problemas com Estiagem de Fevereiro de 2020 , produzido pela Secretaria Municipal de Agricultura e Pecuária, a estiagem afeta mais os produtores que não se previnem para amenizar os efeitos de uma estiagem .Os motivos para a não prevenção são muitos, entre eles, a falta de condições financeiras, a falta de estrutura de abastecimento de água, a falta de irrigação eficiente, além de necessidade de políticas públicas que os contemplem neste sentido. O desmatamento, a exploração descontrolada das reservas hídricas subterrâneas, a má gestão do consumo da água e o desordenamento territorial são outros fatores que ajudam a complicar o problema da estiagem em algumas localidades do interior do município.

Daniel Gindri explica que, por exemplo, muitos assentados possuem água de pequenos açudes, cacimbas e vertentes, mas com pouca captação. “Alguns produtores estão esgotando suas fontes de água que servem para consumo humano e também para os animais. Somente os produtores próximos aos rios e reservas possuem água suficiente para abastecimento das propriedades dentro dos assentamentos”, relata.

O Prefeito Marcio Amaral determinou que o Executivo Municipal siga monitorando a situação da estiagem, por meio de suas secretarias e Defesa Civil, e que a equipe de gabinete e de legislação prepare o Decreto de Emergência por Estiagem, acompanhando assim os mais de 100 municípios gaúchos afetados que já decretaram emergência.

Estiveram presentes na reunião, além do prefeito e secretário de Agricultura e Pecuária: Guilherme Oliveira de Souza e Tiago Pedroso (pela Emater); Douglas Oliveira Adolfo (pelo IRGA); Jesus Alzir Fernandes Dorneles e Elaine Vicentina (pelo STR) e Alex Vercilino Franklin da Silva (pela CAAL).

DPCOM