Se o comércio não abrir, lojistas temem muitas falências

O impacto com essa primeira parada vai ser grande. Se continuar, vai ser gigantesco”, definem os comerciantes. A observação foi feita por um grupo de empresários que está muito preocupado com o cenário econômico atual.

 

Eles citam que estão vivendo em tempos de Pandemia e muitos serviços foram interrompidos desde o dia 18 de março de 2020. Empresas de diversos segmentos, inclusive no ramo esportivo, estão com suas atividades suspensas.
De acordo com um grupo de empresários que procurou o PAT, esta situação gerou uma série de problemas, em sua maioria muito mais complexo de se resolver com o comércio fechado. Dentre eles, aluguéis e folha de pagamento de funcionários.
“Uma situação crítica e precipitada, vivemos desde o meio de março e sem perspectiva nenhuma de uma luz no fim do túnel. Tudo isso porque o pico desta Pandemia seria no início de abril, agora o pico será em junho e julho. E o comércio? Sem ser questionado, somente obedecendo o “Fechem as Portas”. E o planejamento? A orientação?” – questionam.
Muitos argumentam que a economia já não estava bem, muitos setores estavam começando a respirar melhor. Mas trabalhando todos conseguiam resultados que compensava as dificuldade, porém, sem venda, nada acontece.
“Demissões em massa vêm acontecendo no nosso município. E em contra partida, bancos, farmácias, supermercados, lotéricas e praças cheias. Diariamente filas gigantes para esses serviços.” – contextualizaram.
Um outro empresário no ramo de automóveis falou da preocupação em ter mais de 40 mil em IPVA vencendo, folha de 17 funcionários, além de muitas outras responsabilidades que têm data e validade sem conseguir prorrogar.

“Pela leitura feita, há vários projetos na assembléia para prorrogação do ICMS e  IPVA, inclusive por anos. Quanto mais perdurar o fechamento das empresas, mais consequências  haverá em todos os setores, até os essenciais, abertos, irão solicitar parcelamento nós próximos anos . O governante diz “preservar” a população, concordamos, mas queremos alternativas viáveis para continuar sobrevivendo. Queremos responsabilidade social também, depois que a turbulência passar, como nos reergueremos, perguntam. Um ponto unânime, e que entendemos, é quanto à prevenção. Por outro lado, acreditamos que é possível passar por está crise, evitando maiores prejuízos para a economia e as empresas não essenciais da cidade .” – comenta uma  empresária que está apavorada com o prejuízo, principalmente neste período em que sempre teve uma venda considerável relacionada à Páscoa.
Ela salientou que estão todos unidos pedindo às autoridades para reverem suas posições, pois é muito tempo para uma empresa ficar fechada ou fazendo venda na porta.

No debate do grupo, os empresários também acrescentam o risco que um lojista passa ao trazer mercadorias até sua loja. No dia 9 de fevereiro último, uma empresa de Uruguaiana com filiais na região, incluindo Alegrete, foi assaltada. Perdeu todo o dinheiro. Nosso comércio é uma corrente, se um cai outros irão cair, o efeito dominó é real, a loja não vende, o governo não arrecada e o funcionalismo é afetado diretamente.”- afirmam.

Já um outro empresário que trabalha no ramo do Turismo de compras, levando os empresários aos grandes centros de compras como Farroupilha, Santa Catarina, Paraná e São Paulo, faz a seguinte ressalva.

“Sobre o segmento do comércio de confecções posso dizer que está sendo muito prejudicado com o fechamento repentino. Como sempre dizemos, o ano começa após o carnaval, as vendas em janeiro e fevereiro são muito pequenas que no máximo pagam às despesas. Com os decretos Municipal e Estadual, o comércio ficou prejudicado. Empresário nenhum quer demissões, por 3 motivos: os encargos para o desligamento são altos; até treinar um novo profissional que dê o mesmo retorno que o anterior, a empresa perde muito mais dinheiro; há uma família alimentando-se daquele salário.”- citou.

No atual momento, segundo o grupo, todos estão trabalhando com portas fechadas e ainda com medo de multas. Com as ruas cheias, lotéricas, mercados e bancos com fila, onde poucos respeitam o limite mínimo de espaço, muitos ainda julgam o comerciante. “Saiba que todos têm idosos e crianças em casa, também têm receio do contágio só que se todos fizerem a sua parte, acreditam que seria uma ótima saída para abertura total do comércio. “Hoje converso com meus clientes e, infelizmente todos estão muito preocupados com o futuro. Os custos para manter uma loja aberta é alto, é aluguel (onde só uma minoria está conseguindo alguma negociação), colaboradores, encargos trabalhistas, luz, água, internet, impostos, fornecedores (boletos e cheques), Prefeitura exigindo rampa de acessibilidade e o medo da instabilidade da nova estação”- descrevem.

Atualmente o Decreto vigente estabelece que o comércio, quase que em sua totalidade, com exceções de alguns ramos como estética, barbearias, hotéis e motéis, podem trabalhar com um sistema diferenciado de venda. Isto inclui, internet, whatsApp, takeway, sites entre outros. As lojas devem manter às portas fechadas e os recebimentos devem ser pagos a partir do dia 15.