Secretário Estadual de Agricultura debate em Alegrete sobre o fechamento do frigorífico

Cláudio Fioreze foi recebido ontem, dia 21, na Prefeitura do Alegrete para ouvir de lideranças do município o relato sobre a situação do Frigorífico Marfrig

Reunião no gabinete do prefeito Erasmo Silva aprofundou debate com o governo do estado sobre a questão do frigorífico
O secretário estadual de agricultura, pecuária e agronegócio, Cláudio Fioreze, esteve dia (21) na Prefeitura do Alegrete para ouvir de lideranças do município o relato sobre a situação do Frigorífico Marfrig. O prefeito Erasmo Silva, a vice-prefeita Preta Mulazzani, vereador Zé Paulo (PT), o vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Jesus Dornelles, e o presidente do Sindicato Rural, Pedro Píffero estiverem presentes ao encontro.
Os alegretenses sustentam que a repercussão do encerramento das atividades da planta industrial não restringe-se à região. “A busca com o estado é para ampliar a discussão para além da questão regional. O município tem limitações nesta discussão. Só o estado pode chamar a direção geral da Marfrig e questionar”, entende a vice-prefeita Preta Mulazzani.
Píffero solicitou ao secretário mais elementos para o debate: “problema atinge todos que estão envolvidos na cadeia produtiva em âmbito estadual. Precisamos entender melhor o que está acontecendo”, argumenta. O vereador Zé Paulo vai além: “importante trazer também o Governo Federal para a discussão. Existe recurso do BNDES envolvido”, referindo-se ao empréstimo tomado pelo Marfrig.
O prefeito Erasmo Silva compreende as limitações do Poder Público para interferir numa decisão baseada na avaliação mercadológica da empresa, mas questiona quanto à questão social. “Qual é o limite da intervenção enquanto atitude da empresa em manter a planta fechada, sem abrir a possibilidade de outras empresas assumirem”? A indústria emprega 680 pessoas, gerando mensalmente 1,2 milhão de reais em salários. Com cerca de 500 abates ao dia, totaliza 120 milhões de reais na compra de gado e gera 3 milhões de reais por ano em ICMS ao município.
Fioreze cita os incentivos do estado à empresa, como a participação no Programa Agregar RS com 28 milhões em isenções fiscais, crédito no ICMS de 4% para venda para fora do estado e 32% de desconto na utilização de energia elétrica. Afirma que o estado tem total interesse em contribuir. “Vamos trabalhar a questão com outras setores do governo, como a sala do investidor. Também estamos tomando pé da situação”, garantiu.