Temporal atinge pelo menos 3 mil casas e deixa feridos em Santiago

Pelo menos três pessoas precisaram ser atendidas por ambulância depois de caírem ao tentar consertar telhados das residências

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A chuva de granizo que atingiu Santiago na última quarta-feira  causou inúmeros prejuízos. Em qualquer rua da cidade o que mais se vê são lonas sobre as casas. Nesta quinta-feira, as famílias aproveitavam a trégua da chuva para reparar os estragos em casa. Não houve um ou outro bairro mais atingido: o granizo não perdoou nenhuma região da cidade.

Os estragos foram tantos, que um dia após a chuva de pedras – que se iniciou na tarde de quarta, por volta das 18h – a prefeitura ainda  não tinha os números da destruição. Mas o prefeito, Julio Ruivo, e o coordenador da Defesa Civil do município, Haroldo Pouey, garantiram: foi muito pior do que o temporal registrado no dia 8 de outubro, quando cerca de 800 casas ficaram destalhadas e mais de 5 mil tiveram algum tipo de dano.

– Já tivemos episódio de chuva e granizo intensos, mas estrago tão grande eu nunca tinha visto – observa Pouey.
Ele estima que, pelo menos, 3 mil residências tenham sido atingidas, já que foi este esse o número de pessoas que já haviam retirado lona para proteger as casas até por volta do meio-dia desta quinta.

O dia foi movimentada no Corpo de Bombeiros da cidade. As pessoas faziam fila para buscar lona. Da primeira vez que o material terminou, um novo carregamento chegou de Santa Maria. Depois de mais de 100 mil metros distribuídos, a notícia que quem estava lá não queria ouvir outra vez: acabou a lona. Perto do meio-dia, cerca de 800 pessoas esperavam mais material chegar do município de São Luiz Gonzaga.
100 famílias desalojadas

Ainda na noite de quarta-feira, cerca de 100 famílias ficaram desalojadas, segundo o prefeito. A maioria passou a noite em casas de vizinhos ou familiares. Na manhã de quinta-feira, a maioria das pessoas já havia voltado para a casa e tinha pressa de arrumar os estragos. A recicladora Eva Carvalho, 61 anos, e sua filha, Catarine Carvalho, estudante, 18, não voltaram. A casa delas ficou completamente destruída, no bairro São Jorge. Foi em colchões emprestados pelo Exército que elas dormiram no Ginásio Municipal Aureliano de Figueiredo Pinto.

– Eu não tenho mais casa, tudo ficou destruído. As roupas molharam todas, e se sobrasse uma seca, não tinha um cantinho seco para firmar o pé e se vestir. Eu já passei por várias situações como essa, espero que tenha sido a última – conta Eva.

Feridos
Além dos estragos em casa, algumas pessoas precisaram ser atendidas pelo pronto-socorro do Hospital de Caridade afetadas com o temporal. Foram 20 atendimentos no total.

Pelo menos três precisaram ser atendidos depois de cair, quando andavam de motocicleta durante a chuva, ou após caírem ao tentar consertar telhados de casas. Conforme o hospital, uma pessoa ainda está internada, com suspeita de fratura em uma vértebra. Outros sofreram cortes nos dedos em função da forte chuva de granizo. Outros moradores ainda precisaram ser atendidos com problemas cardíacos e de hipertensão, por causa do susto.

Para doar

O Ginásio Municipal Aureliano de Figueiredo Pinto (Rua Servando Gomes, sem número, bairro Gaspar Dutra) é o local onde as pessoas podem levar as doações. Por enquanto, o mais necessário são colchões, cobertores e lençóis. Também é possível doar alimentos, roupas, material de higiene e produtos de limpeza. A Secretaria de Desenvolvimento Social faz o cadastro de famílias atingidas e que precisam de ajuda.

Fonte: DIÁRIO DE SANTA MARIA