Último combatente alegretense na 2ª Guerra morre aos 98 anos

O Comando do 12º Batalhão de Engenharia de Combate Blindado, o 12 BE, lamentou na tarde de ontem (18), o falecimento de Alceu Alves Macedo, ex-combatente da Força Expedicionária Brasileira (FEB). Herói brasileiro da II Guerra Mundial, o alegretense de 98 anos estava internado no Hospital da Guarnição de Alegrete (HGuA) e era o último pracinha no Município.

Alceu Alves Macedo, Ex-Pracinha da Força Expedicionária Brasileira (FEB), foi homenageado diversas vezes pela sua  bravura e dos demais militares brasileiros em solo italiano, durante a Segunda Guerra Mundial.

O ex-pracinha foi casado por 74 anos com Maurilia da Silva Macedo. Ela faleceu no dia 1 de janeiro deste ano de 2020. O casal teve três filhas, duas netas, dois netos, um bisneto e uma bisneta.
Ele combateu no ano de 1944 na Itália, era alegretense, cidade que sempre amou e teve o maior respeito.

No ano passado durante as comemorações dos 64 anos de criação do 12º Batalhão de Engenharia de Combate Blindado, foram realizadas varias programações alusivas. Entre elas uma solenidade presidida pelo Comandante do 6º RCB que homenageou Alceu Alves Macedo.

Durante a guerra, no front, com orgulho o soldado Alceu, como era chamado, sempre se destacou por sua perseverança. No dia 2 de julho de 1944 saiu do Rio de Janeiro de navio para uma viagem de 15 dias até Napoli. De lá cruzaram o território italiano de norte a sul e quando a guerra acabou já estavam na divisa da Alemanha – falou o alegretense para o radialista e professor Alair Almeida em uma entrevista há alguns anos.

História

Alceu era ex-fuzileiro que serviu no 6°Regimento  de Cavalaria Independente durante dois anos e após ter dado baixa, foi convocado para a missão na Europa. Disse que quando embarcou para a missão, não tinha muito claro que ele iria para a guerra, mas ele sabia perfeitamente para onde estava indo.

Na guerra, o ex- pracinha foi ferido, ficou hospitalizado, mas curou-se e tornou-se protagonista em operações de guerra. Ele ainda relatou que viu colegas serem mortos pela artilharia inimiga, como uma granada que atingiu sua trincheira. O quase centenário alegretense comentou durante a entrevista, ao radialista que nunca teve medo, mas que não tinha como não perceber o pavor que era quando os aviões da Alemanha atacavam. Ele também citou que a comunicação era através de cartas, mas não podiam falar sobre a guerra. Escreviam frases como: aqui a cobra está fumando, por exemplo.

Já no ano de 1945, já em solo alegretense, em homenagem a um ex-combatente que morreu durante a guerra, a convite do Prefeito Pedro de Oliveira Palma, descerrou  uma placa em homenagem a um herói para eles, a rua ficou com o nome de Expedicionário Cannes.

Ao voltar da Itália o ex-combatente trouxe uma medalha de honra e uma promoção de soldado para sargento.

Nesta manhã (19), a unidade militar vai realizar uma homenagem ao ex-pracinha durante o sepultamento que vai acontecer no interior do Município, no Durasnal. As últimas homenagens foram na Funerária Angelus na rua Daltro Filho, 220. A saída do féretro ocorreu às 9h.