Falar de depressão e das consequência dessa grave enfermidade, resulta sempre num alerta importante para os desdobramentos dessa chaga dos novos tempos. As tentativas e os suicídios consumados em Alegrete têm sido um dos temas mais debatidos nos últimos tempos, mas o alerta deve ser permanente para que cada vez mais esses índices possam reduzir.
Em 40 dias do ano de 2020, os dados são alarmantes. Até o momento foram cinco casos consumados e mais de dez tentativas. Mas tudo isso remete para uma doença que envia sinais, mas que na maioria das vezes passam despercebidos ou que são ignorados pelos amigos e familiares.
Como em muitos temas ligados à saúde, preconceito e desinformação têm atrapalhado o manejo adequado da depressão e do suicídio. E, segundo uma pesquisa recente encomendada pelo Laboratório Pfizer, esses fatores são especialmente comuns entre homens e jovens.
Contrariando um velho preceito, esses temas precisam ser cada vez mais abordados para que a população possa compreender os sinais que as pessoas estão passando.
Recentemente foi lançado em Alegrete o Samu Mental. Conforme a Coordenadora do Serviço de Saúde Mental, Nádia Mileto, a implementação do Samu Mental vai auxiliar as pessoas que fazem parte da rede e esse serviço vai ajudar a todos, pelo número expressivo de usuários dos serviços em Alegrete. Nádia explica que o número para este tipo de emergência é o (55) 99155.3363 e que é possível ser acionado a qualquer hora do dia ou da noite. “Este número pode ser acionado em casos de surtos psicóticos, quadros de depressão e transtornos de ansiedade graves, ideação suicida – que é um termo médico utilizado para se referir a pensamentos sobre suicídio – e tentativas de suicídio”, enfatiza.
Além do Centro de Valorização da Vida (CVV) que chegou através do Núcleo de Apoio à Vida de Alegrete – Naviale, ong que trabalha a prevenção ao suicídio. A ideia foi do casal Salete Jaques e Paulo Arnoud Grande e o posto deve ser inaugurado junto à UPA no mês de março. Neste momento o grupo está concluindo curso de formação de voluntários.
Depressão é uma doença como qualquer outra. Não é sinal de loucura, nem de preguiça e nem de irresponsabilidade. Se a pessoa anda desanimada, tristonha, e acha que a vida perdeu a graça, deve procurar assistência médica. O diagnóstico precoce é o melhor caminho para colocar a vida nos eixos outra vez;
A depressão pode ocorrer em qualquer fase da vida: na infância, adolescência, maturidade e velhice. Os sintomas podem variar conforme o caso. Nas crianças, muitas vezes são erroneamente atribuídos a características da personalidade e nos idosos, ao desgaste próprio dos anos vividos;
A família dos portadores de depressão precisa manter-se informada sobre a doença, suas características, sintomas e riscos. É importante que ela ofereça um ponto de referência para certos padrões, como a importância da alimentação equilibrada, da higiene pessoal e da necessidade e importância de interagir com outras pessoas. Afinal, trancafiar-se num quarto às escuras, sem fazer nada nem falar com ninguém, está longe de ser um bom caminho para superar a crise depressiva.
Muitas vezes, no início, os sinais da enfermidade podem não ser reconhecidos. No entanto, nunca devem ser desconsideradas possíveis referências a ideias suicidas ou de autodestruição.
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