A Praça Getúlio Vargas está mais triste; Luis, do Fofinho Lanches, perdeu a luta para a Covid

Olhar sereno, rosto marcado pelo tempo e muita simpatia. Este era Luis Carlos de Souza, mais conhecido como Fofinho. Ele foi batalhador, teve uma infância pobre, era natural de Palmeiras das Missões, porém, criou-se em Iraí- RS e viveu muitas décadas em Alegrete, cidade que ele adotou e comentava ser apaixonado pelo “Baita Chão”. Em uma entrevista ao PAT, há três anos, ele disse brincando: vim para Alegrete em 1959, servir no 10º B Log, bebi água do Ibirapuitã e há 42 anos faço lanches aqui na praça Getúlio Vargas”.

 

Seu Fofinho, perdeu na manhã de ontem(7), essa batalha que parece muito desleal em relação a um vírus que tem provocado muita dor, em muitos lares. Não só em Alegrete, como no mundo todo. A homenagem, ao trabalhador, que gostava de improvisar alguns versos, apaixonado pela natureza, tinha na alma a leveza que conduzia a vida e com todo seu carisma atendia a todos sem distinção, inclusive os amigos pássaros que, por vezes, chegavam próximo à lancheria e, da mão do Seu Fofinho ganhavam algumas migalhas.

 

“Ele era um homem que amava o trabalho. Mas nós, os familiares mais próximos, conhecemos um ser humano carinhoso, afetuoso, amoroso e solidário. A história dele é linda: nasceu em Palmeiras das Missões e viveu muitos anos em Iraí- RS, onde teve uma infância pobre.” disse uma das filhas.

Posteriormente, Seu Fofinho desbravou boa parte do Estado do RS, naquela época, a bordo dos trens. Na sequência, chegou em Alegrete, onde fez da cidade a sua grande morada e, há 45 anos inaugurou uma lancheria que é patrimônio da Praça Getúlio Vargas. Quando não estava atendendo e fazendo os lanches, Luis estava em casa, na Vila Nova, fazendo as massas caseiras e molhos que utilizava.

Para encerrar, os familiares deixaram a seguinte mensagem:

“Seu Luiz era um homem honesto, íntegro e gentil que sempre cativou as pessoas pelo seu bom humor, alto astral e sua energia. Hoje, um ciclo de vida finda-se. Porém, o legado fica dentro dos corações de todos aquele que chegaram no “Fofinho” e tiveram o privilégio de saborear um pastel feito na hora e entregue sempre com um sorriso largo. Um  homem que saiu desse plano e entrou para história de Alegrete. Somos imensamente gratos pelas condolências e sabemos que ele gostaria de ser lembrado com alegria e felicidade” – destacaram.

Flaviane Antolini Favero