Adolescente de 15 anos vai à escola a cavalo para estudar durante pandemia em Rio Pardo

O transporte escolar que passa pela região onde ela mora já retomou as atividades. Mesmo assim, ela preferiu ir sozinha, cavalgando.

Andrielli Patrícia Limberger, de 15 anos, evita as aulas presenciais para não levar o coronavírus para casa. Com problemas no ensino remoto, ela busca as lições impressas em viagens de 9km.

Mesmo com o retorno do ensino presencial no estado, a adolescente Andrielli Patrícia Limberger, de 15 anos, evita ir à escola em Rio Pardo, no Vale do Rio Pardo. Porém, com problemas no ensino remoto, ela viaja nove quilômetros a cavalo para buscar as lições impressas e estudar em casa.

Andrielli está no primeiro ano do ensino médio do Colégio Estadual Barro Vermelho. Desde que a pandemia começou, a família toma cuidados para não transmitir o coronavírus, especialmente à avó dela, Ingrid Junkherr.

“Eu não quis ir [à aula] presencial por causa da minha família. Eu tenho medo de pegar coronavírus. Mas meu celular estragou, só funciona quando ele quer, aí eu decidi ir lá na escola e pedir para fazer impresso”, conta Andrielli.

O transporte escolar que passa pela região onde ela mora já retomou as atividades. Mesmo assim, ela preferiu ir sozinha, cavalgando, já que o carro da família estragou.

“Decidi ir com a minha égua, porque tudo que eu faço é sempre a cavalo. Para mim, não é esforço nenhum. A única coisa é o frio”, comenta Andrielli.

A decisão da jovem surpreendeu muita gente, inclusive Patrícia Cabreira, monitora da escola.

“Nos emocionou muito essa atitude dela, porque muitos têm as coisas ao seu alcance, moram perto da escola, e ela, morando longe, sem ter ninguém para trazer naquele dia, fez esse esforço para vir entregar em dia”, elogia.

O compromisso também é obra da avó. Ingrid é professora aposentada e incentiva os estudos da neta.

“Os professores já estão passando bastante dificuldade para se organizar, aí o aluno não entrega, ou atrasa? Fica complicado. Então, eu procuro, sim, estar em cima dela”, cobra a avó.

“Essa aluna, com o seu exemplo, a gente espera que incentive outros a também ficarem mais interessados no estudo, na aprendizagem”, completa o diretor Daniel Toscani.





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