Alegrete avalia em reunião decretar situação de emergência em virtude da estiagem

Na manhã desta terça-feira (28), o prefeito Jesse Trindade e o vice-prefeito Luciano Belmonte, juntamente com a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural e a Procuradoria Geral do Município, reuniram-se com membros das instituições ligadas ao agronegócio.

Estiveram no encontro representantes da Cooperativa Agroindustrial Alegrete (CAAL), Emater, Sindicato Rural, Sindicato dos Trabalhadores Rurais e o vereador Leandro Meneguetti (Vaca Magra), a fim de tratar a respeito do decreto de situação de emergência em virtude da estiagem.

Lideranças municipais estiveram na prefeitura. Foto: PMA

Após a explanação das entidades sobre os dados de perdas nas culturas de grãos, frutíferas, hortigranjeiros, pastagens nativas e implantadas, foi comprovada que a cultura da soja é a que mais sofreu impactos da falta de precipitação, tendo muitas perdas irreversíveis, mesmo que a situação retorne normal. Conforme estimativa da secretaria a perda na lavoura de soja pode chegar a 35%. O efeito da estiagem também afetou 50% da apicultura no município. No cultivo de frutíferas a média de perda estimada gira em torno de 20%.

Desta forma, foi definido o encaminhamento do decreto de situação de emergência pela defesa civil do município. As instituições irão formalizar os laudos nos próximos dias e, então, serão destinados à homologação.

Ao menos 31 municípios do Rio Grande do Sul já reportaram danos causados pela estiagem que atinge o Estado. Desses, 23 decretaram situação de emergência, entre eles, Arvorezinha, Santa Margarida do Sul, Manoel Viana, Tupaciretã e Rosário do Sul. Segundo o coordenador da Defesa Civil estadual nas regiões da fronteira Oeste e Campanha, major Luis Sandro Martins, a seca atinge inúmeros produtores rurais e as perdas nas lavouras já são consideradas irreparáveis.

Entre as últimas localidades que decretaram situação de emergência, está a cidade de Santiago. De acordo com o prefeito Marcelo Gorski, as plantações de soja e a bovinocultura estão entre os setores mais afetados. Ele destacou que a estimativa é de que os prejuízos ultrapassem os duzentos e sessenta milhões de reais.

Leia mais: De Alegrete à França: a jornada de perseverança e estudo de Isadora Ferrão, pesquisadora do ICMC

O cenário também é de emergência em Uruguaiana. Conforme o prefeito, Carlos Delgado, uma nova reunião com representantes do Governo estadual está prevista para a próxima segunda-feira, com o objetivo de minimizar os impactos causados pela falta de chuvas. Entre as solicitações, o pedido por mais um caminhão-pipa, para auxiliar na distribuição de água potável às comunidades rurais. Atualmente, o desabastecimento afeta ao menos duzentas famílias. Entre as plantações mais atingidas, estão as de legumes e vegetais.

De acordo com a Defesa Civil estadual, a projeção é de que a lista de municípios atingidos pela seca aumente ainda mais nos próximos dias.

Estados e municípios em situação de emergência ou em estado de calamidade pública podem ter acesso a recursos federais disponibilizados para ações de resposta aos desastres e de recuperação dos cenários afetados, mediante apresentação do Plano de Resposta e do Plano de Trabalho.

Para decretação da situação de emergência, o comprometimento é parcial, a crise é menos grave e ainda não afetou a população. No estado de calamidade, o comprometimento é substancial, sendo a crise mais grave e já com efeitos sobre os cidadãos.

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