
Foi durante o encerramento do Seminário Nacional “Humanizar o trabalho em frigorífico”, realizado no último dia 21, na sede da Procuradoria Geral do Trabalho, em Brasília.
Rosse endossou o sentimento da FIEICA e fez duras críticas ao avanço da precarização nas plantas frigoríficas e defendeu a manutenção integral da Norma Regulamentadora nº 36, voltada à saúde e segurança no setor.
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Representante da federação, Marcos Rosse, atual presidente do Sindicato da Alimentação de Alegrete e diretor da CNTA (Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação), em sua fala, afirmou que trabalhadores estão sendo submetidos a rotinas exaustivas, muitas vezes ultrapassando 50 horas semanais, em razão de práticas patronais que incentivam o trabalho aos sábados e domingos com bônus ou gratificações.
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“A tentativa de flexibilizar normas como a NR 36 é inaceitável. Precisamos avançar na proteção dos trabalhadores, não retroceder”, disse Rosse.

“A realidade é que, mesmo com jornadas reduzidas no papel, o trabalhador é pressionado a fazer hora extra para complementar a renda.” , ponderou o sindicalista. O dirigente sindical também resgatou a experiência de projetos estaduais no Rio Grande do Sul, desenvolvidos há cerca de 15 anos em três ramos da alimentação — carnes bovina, frango e arroz. Segundo ele, a iniciativa entrevistou mais de 2.000 trabalhadores e foi base para a criação de forças-tarefas com participação do Ministério Público do Trabalho, e no entanto o estado foi um dos principais responsáveis pela criação da NR e com grande participação do sindicalista.
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Entre as pautas centrais, estavam o fim da escala 6×1, a redução da jornada sem cortes salariais e a aplicação plena da NR 36. Rosse destaca que foi feita uma carta ao final do seminário. Onde denuncia as condições exaustivas a que são submetidos os trabalhadores em frigoríficos, como frio extremo, jornadas longas, exposição a produtos químicos, risco de cortes e acidentes com amônia. Também reivindica aposentadoria especial após 25 anos de serviço, reconhecimento oficial da insalubridade da atividade, melhorias no ambiente de trabalho e liberdade sindical plena.
Além da presença de dirigentes de todas as regiões do país, o seminário contou com procuradores do trabalho, advogados, juízes e especialistas em segurança do trabalho. As entidades defendem que mudanças estruturais só serão possíveis com o fortalecimento da fiscalização, a valorização das negociações coletivas e o compromisso das empresas em repartir os lucros com quem está na linha de produção. “Existe vida atrás do pacote. O trabalhador e a trabalhadora não podem continuar invisíveis”, conclui o texto da carta.