As crianças que viverão até os 150 anos já nasceram

É cada vez maior o número de cidadãos que ultrapassarão, pelo menos, a faixa dos 100 anos de vida.

O futuro, garantimos sempre no Instituto Copenhagen de Estudos Futuros (CIFS), não é algo único, forjado pelo destino de modo imutável. Na prática, lidamos com variáveis que asseguram haver uma infinita oferta de futuros, formatados por nossas ações presentes. Mas também é fato que algumas estatísticas observáveis nas sociedades permitem delinear os cenários mais prováveis com os quais teremos de lidar nas próximas décadas. Um desses fatos inelutáveis é o envelhecimento da população mundial. As crianças que viverão até os 150 anos já nasceram e é cada vez maior o número de cidadãos que ultrapassarão, pelo menos, a faixa dos 100 anos de vida.

O que esse aumento da longevidade nos revela é que temos um enorme desafio pela frente. Com uma sociedade cada vez mais conectada, que recebe informação em tempo real sobre os avanços da ciência que afetam seu bem-estar, a demanda desses cidadãos por serviços adequados a sua idade crescerá exponencialmente.

Mais que soluções específicas e pontuais para problemas antigos, como a sustentabilidade dos sistemas previdenciários e a oferta de saúde universal, os cidadãos das próximas décadas terão de repensar todo o seu modo de vida. Começando pela educação, que não poderá mais ser uma única sequência nos primeiros anos, mas, sim, um processo permanente e constantemente atualizado para adequar-se às novas tecnologias. Temos que ensinar a aprender a aprender, e isso representa uma enorme revolução em todo o sistema educacional de hoje.

Em termos de saúde, embora seja esperado que a máquina humana acuse o acúmulo dos anos e desgaste alguns de seus parafusos pelo caminho, a solução da sociedade passa necessariamente pela mudança de hábitos, pela busca de melhor qualidade de vida e pelo estímulo ao acúmulo de experiências individuais no lugar de bens. Numa sociedade que projetamos compartilhada, ter o que contar será sempre muito mais saudável do que ter o que deixar. Até porque a herança vai demorar.

A série Ideias para o Futuro 60+ tem apoio de Unimed Federação/RS

Fonte: Gaúcha/ZH