Caso Rafael: primeira sessão de júri tem discussão entre defesa e acusação e é encerrada após 11 minutos

Júri foi cancelado e nova data será definida. Alexandra Dougokenski é acusada de medicar, estrangular e esconder o cadáver do filho, Rafael Winques.

Caso Rafael: primeira sessão de júri tem discussão entre defesa e acusação e é encerrada após 11 minutos
Caso Rafael: primeira sessão de júri tem discussão entre defesa e acusação e é encerrada após 11 minutos

O júri de Alexandra Salete Dougokenski, acusada de matar o filho, Rafael Mateus Winques, de 11 anos, começou às 10h nesta segunda-feira (21), em Planalto, no Norte do RS, e foi encerrado cerca de 11 minutos depois, devido a um desentendimento entre a defesa e a acusação.

O júri está cancelado e uma nova data será definida, de acordo com Tribunal de Justiça do RS.

Os defensores da ré levantaram questão de ordem, mencionando a existência de um suposto áudio que, segundo a defesa, teria sido enviado por Rafael ao pai, ao longo do dia 15 de maio. Segundo a denúncia, a criança teria morrido na madrugada deste dia.

A defesa sustenta que o arquivo contraria a acusação, e pediu que o material fosse periciado, para confirmar se a voz é mesmo de Rafael.

O Ministério Público se opôs. A juíza Marilene Parizotto Campagna negou o pedido.

Defesa e acusação discutiram em plenário, e a banca de defensores de Alexandra Dougokenski deixou o local. A juíza então declarou encerrada a sessão.

Segundo o Tribunal de Justiça, os advogados de Alexandra podem ser penalizados, devido ao abandono do julgamento.

Alexandra chegou ao local do do júri, o Independente Futebol Clube, escoltada pela polícia, por volta das 7h30. O julgamento deve acontecer no salão principal, que foi preparado pelo Tribunal da Justiça do RS.

Ela está presa desde maio de 2020 na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba e responde pelos crimes de homicídio qualificadoocultação de cadáverfalsidade ideológica e fraude processual.

Rafael desapareceu no dia 15 de maio de 2020. Alexandra sustentava que ele teria ido dormir e, na manhã seguinte, não estava mais em casa.

Dez dias depois, ela confessou que havia assassinado o filho e indicou a localização do corpo, dentro de uma caixa de papelão em um terreno da casa vizinha.

Segundo o Ministério Público, responsável pela acusação, Alexandra teria feito com que o filho tomasse dois comprimidos de Diazepam, um ansiolítico com efeito calmante, sob o pretexto de que ele dormiria melhor. Assim que o medicamento fez efeito, Alexandra teria estrangulado o menino com uma corda.

A ré apresentou diferentes versões do crime ao longo do inquérito e da instrução judicial. Por fim, passou a acusar o pai de Rafael, Rodrigo Winques. A defesa dele nega.

O julgamento

A previsão é que o júri se estenda por até quatro dias. Os trabalhos serão divididos em três turnos de trabalho (manhã, tarde e noite). Deverá haver uma hora de intervalo para almoço e janta, além de pausa para descanso dos jurados.

Na primeira sessão, os sete jurados serão sorteados, dentre 25 pré-selecionados.

A ré será julgada pelo Conselho de Sentença formado por sete jurados e presidido pela juíza Marilene Parizotto Campagna, titular da Vara Judicial da Comarca de Planalto.

Ao longo do julgamento, serão ouvidas 11 testemunhas, sendo que algumas delas foram incluídas no processo tanto pela acusação quanto pela defesa. No total, são seis testemunhas de acusação e 10 de defesa.

Pela acusação, atuarão os promotores Michele Taís Dumke Kufner e Diogo Gomes Taborda. Na assistência de acusação estarão os advogados Daniel Figueira Tonetto, Tiago Carijo da Silva e Humberto Ramos Zweibrucker.

A defesa de Alexandra será representada pelos advogados Marco Aurélio Dorigon dos Santos, Jean de Menezes Severo, Filipe Décio Trelles, Gustavo da Costa Nagelstein, Tomas Antonio Gonzaga, Joana Darque Ribeiro Gomes Segala e Mayra Juppa.

Serão disponibilizados 67 lugares no salão do júri:

  • 15 para a imprensa
  • 5 para a imprensa do MP
  • 5 para estudantes de Direito
  • 2 para representantes da OAB
  • 15 para familiares da vítima e da acusada
  • 25 para o público em geral

A juíza Marilene também autorizou uma acareação entre Alexandra e Rodrigo Winques, pai de Rafael, que ela acusa de ser o responsável pela morte do menino. Isso é novidade em um júri. Eles responderão perguntas dos advogados, do Ministério Público e da própria juíza sobre suas versões do que aconteceu no dia do crime.

Após a acareação, acontecerá a fase de debates, que terá 9 horas de duração. Essa é a ocasião em que a acusação e a defesa terão oportunidade de apresentar suas teses e argumentos aos jurados. O tempo destinado ao Ministério Público e à banca de advogados que representam Alexandra será de duas horas e meia para cada. Haverá duas horas para a réplica e outro tanto para a tréplica, conforme ajustado pelas partes.

Fonte: G1

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