
O infarto do miocárdio, caracterizado pelo bloqueio do fluxo sanguíneo nas artérias que alimentam o coração, emerge como a forma mais frequente de doença cardíaca. Esse bloqueio pode resultar em acúmulo de gordura ou coágulos nas artérias, ou até mesmo em predisposições genéticas.
Embora predominantemente em idades avançadas, a doença cardíaca não está poupando os mais jovens. O aumento constatado nos últimos anos é notável, especialmente nas faixas etárias entre 20 e 40 anos. Entre 2000 e 2016, um aumento anual de 2% nos casos foi relatado pela Sociedade Americana do Coração. Fatores comportamentais desempenham um papel crucial nesse cenário, com hábitos como sedentarismo e tabagismo ganhando espaço nas rotinas dos mais jovens.
O Dr. Paulo Caramori, chefe do serviço de cardiologia do Hospital São Lucas da PUCRS, ressalta a relação entre hábitos não saudáveis e aumento de riscos entre os jovens. Sobrepeso, obesidade, colesterol elevado e hipertensão se unem para criar um ambiente propício ao desenvolvimento da doença cardíaca. A pandemia agravou esses fatores, com um aumento notável nos índices de obesidade e no consumo de álcool e tabaco entre os mais jovens.
Um estudo recente do Covitel 2023 revelou um aumento alarmante de 90% na taxa de obesidade entre jovens de 18 a 24 anos, passando de 9% para 17%. O consumo excessivo de álcool, o tabagismo persistente e a falta de atividade física também ganharam força durante o período pandêmico.
Além de fatores comportamentais, a própria Covid-19 acrescenta uma ameaça adicional. A natureza inflamatória da doença e os danos que ela pode causar ao coração ampliam o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares.
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Os sintomas característicos do infarto incluem uma dor intensa no peito, muitas vezes descrita como aperto ou queimação. Entretanto, é importante ressaltar que sintomas atípicos também podem ocorrer, especialmente entre as mulheres. Calafrios, fadiga, náuseas, tonturas, falta de ar e dores em outras áreas do corpo, como mandíbula, pescoço, costas e braços, também podem sinalizar um evento cardíaco.
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A prevenção emerge como a chave para combater essa ameaça crescente. Medidas como prática regular de atividade física, uma dieta equilibrada com ênfase em frutas e legumes, controle da pressão arterial e do estresse, além da redução do consumo de álcool e tabaco, permanecem consistentes como estratégias eficazes na proteção da saúde cardíaca. Conscientizar os jovens sobre os riscos e incentivar a adoção de um estilo de vida saudável são passos essenciais na luta contra a doença cardíaca em todas as faixas etárias.
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