Colheita do arroz em Alegrete atinge 72%

A região do Estado que está mais avançada nos trabalhos de colheita de arroz até o momento é a Fronteira Oeste, que já atingiu 71% da área semeada. Já foram colhidas nesta regional 202.290 hectares de 284.964 ha semeados. Seguem a regional da Campanha, com 50,5%; Planície Costeira Interna, com 44,5%; Planície Costeira Externa, com 39,4%; Zona Sul, com 34,1%; e a Região Central, com 18,6%.

Em Alegrete os números da última quinta-feira (25), foram apurados pela equipe da 9° NATE Irga, composta pelo técnico agrícola Nilton Cesar Janissek de Oliveira, técnico orizícola Douglas de Oliveira Adolpho, assistente administrativa Jaqueline Toscani e a estagiária em tecnologia de produções de grãos e sementes Thais Jaques, traz um panorama geral de resultado da lavoura orizícola em Alegrete.

Embora com os decretos estaduais 55.115 e 55.118, e as medidas complementares de prevenção ao contágio pelo COVID-19 (Coronavírus), no  âmbito do Estado, o horário de expediente da sede do Irga foi reduzido das 7h30mim até às 13h30min. A equipe está se dividindo em teletrabalho e para atender a demanda da cadeia orizícola em função das vistorias de lavouras de sementes e comercial, está fazendo vistorias a campo.

O município de Alegrete possui uma área semeada do cultivo de arroz irrigado de cerca de 53.240 hectares distribuídas em oito subdistritos do município. De acordo com os técnicos do Irga, já na primeira semana de outubro, cerca de 63% das áreas, já haviam sido semeadas. Para os profissionais isto aconteceu devido ao menor valor acumulado de precipitação e também ao preparo antecipado.

Um fator que prejudicou algumas lavouras já no início da semeadura foi a estiagem. A falta de umidade no solo obrigou alguns produtores a banhar a lavoura para provocar a emergência do arroz, outras retardaram a entrada d’água, buscando uniformizar a emergência das plantas. Motivo que causou uma maior proliferação de plantas daninhas invasoras, atestou o técnico orizícola Douglas de Oliveira.

“Em outros casos foi necessário economizar água devido ao baixo nível dos reservatórios. As plantas podem não ter sido supridas de água como deveriam e isso pode ter causado redução na produtividade, mesmo que em pequena escala”, explica Oliveira.

Outro fator apontado pelos profissionais e de a causa dos prejuízos, foi a ocorrência de baixas temperaturas em determinado período, quando muitas lavouras estariam em microsporogênese e floração.

O desenvolvimento da lavoura nos meses de dezembro e janeiro não tiveram condições muito adversas à cultura do arroz, a não ser pela falta de chuvas.

“Isto atrapalhou o bom andamento da irrigação em alguns locais. O estágio reprodutivo, principalmente da diferenciação da panícula até o enchimento de grãos, é um momento crítico da cultura do arroz, onde as exigências por radiação solar e temperatura são fundamentais”, explicou Nilton Cesar Janissek.

O boletim do Irga explica que as boas condições meteorológicas para o desenvolvimento da cultura, associado ao emprego de cultivares resistentes a doenças, principalmente a  IRGA 424RI e IRGA 431CL, contribuíram para a menor incidência de doenças fúngicas e consequentemente a redução da aplicação de fungicidas nas lavouras.

Em Alegrete, as primeiras lavouras iniciaram a colher em meados de fevereiro, mas foi a partir de março que a colheita avançou de forma mais uniforme em todo o município.

No dia 1° de março apenas 26% da área havia sido colhida, já agora no final de março o índice de área colhida é de 72%. “Este avanço significativo na colheita do arroz irrigado se deu devido a estiagem onde a ausência de chuva proporcionou um maior período para que a colheita fosse efetuada”, aponta o técnico Douglas Oliveira.

A produtividade, de acordo com os levantamentos realizados pelos técnicos do Irga nesta safra, ainda estão abaixo do esperado. Segundo eles, fatores climatológicos afetaram algumas lavouras em períodos pontuais fazendo com que as cultivares não respondessem ao seu potencial produtivo. “Hoje embora a safra ainda não tenha acabado, estamos acompanhando as produtividades médias em função das condições de estiagem no município”, ponderou Oliveira.

Júlio Cesar Santos                                                 Fotos: Nourival Neto