Com a longevidade, o Alzheimer está presente em muitas famílias; é preciso paciência, amor e carinho

É cada mais frequente o percentual de pessoas que vive mais de 70 anos. A informação e cuidados fazem com que os idosos tenham uma vida saudável e de convívio em família.

Porém, quanto mais as pessoas estão vivendo, mais surgem doenças naturais do envelhecimento.

Aqui em Alegrete, são centenas de homens e mulheres com quase 80 anos e até mais. Com isso também, são registrados problemas de senilidade e Alzheimer.

Nova Secretária de Saúde reconhece os muitos desafios que têm pela frente

Um exemplo desse contingente de portadores dessas patologias típicas da idade mais avançada, vem da Ivanety Aranguiz da Motta que ajuda a cuidar da sogra, Noeli da Motta Antunes, dona Neca.  Ela diz que é uma história de vida que a fez ver o valor do ser humano em qualquer fase. -Eu converso tentando ativar a memória dela, mesmo as passagens já vivenciadas há muitos anos, como uma forma de fazê-la interagir e estimular suas lembranças. 

A idosa de 91 anos, com um saúde muito boa, exceto pela doença, ela vive numa chácara da família, no Caverá. Todo dia Ivanety vai ao local levar o que ela e a cuidadora precisam e, mais do que isso, interagir, conversar e dar carinho à sogra. -Faço isso com naturalidade e cada dia que chego na Chácara ela diz: tu me fugiu ontem, pensa que eu não não vi. 

Em agradecimento, família doa 35 caixas de trufas aos profissionais da saúde de Alegrete

A nora comenta que as marcas do tempo em seu rosto e aquele olhar doce como se fosse uma criança, me chama de mãe. Ali vejo que o cuidado vai muito além da medicação e que, neste caso, o amor e carinho fazem a diferença. As duas adoram registrar seus momento juntas em fotos.

Ivanety diz que se sente realizada em poder dar este suporte emocional à Dona Neca, pessoa que quando era bem lúcida foi o suporte para toda a família. E essa rotina já é vivenciada há três anos.

 Ela diz que as famílias que tem pessoas com Alzheimer devem, acima de tudo, entender que paciência e aceitação são fundamentais. Não devemos contrariar, porque a realidade deles passar a ser outra, atesta.

– Viram crianças e como tal devemos ter cuidados para não caírem ou fazer coisas que os coloque em risco, buscado mantê-los sempre alimentados e protegidos.

O psiquiatra Fernando Uberti diz que há um risco maior das mulheres terem Alzheimer e isso também potencializa até porque a maioria das cuidadoras são idosas. O tratamento para essa doença é de suporte, conforme o Psiquiatra, e pode retardar o processo neurodegenerativo de envelhecimento. Ele diz que, sem dúvida, os cuidados e amor fazem a diferença em pessoas com a doença.

Vera Soares Pedroso

 Fotos: arquivos pessoais