Cortes no orçamento da saúde preocupam Maria do Horto

A redução no orçamento da saúde em 2019 e a perspectiva de maiores cortes, ainda neste ano, das equipes da Estratégia de Saúde da Família no município de Alegrete vêm afligindo gestores, profissionais e usuários da rede de saúde. Segundo a vereadora Maria do Horto, as medidas estão impactando na qualidade da atenção básica do nosso município, com fechamento de Unidades Básicas de Saúde, como a UBS Assunção. No ano em que a Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde (na qual produziu-se a Declaração de Alma-Ata) completa 40 anos, as medidas do Governo Federal e da prefeitura de Alegrete geram enorme retrocesso. “O Estratégia da Saúde da Família, que beneficia grande parte da população, recuará a patamares anteriores, certamente”, alerta Maria do Horto.

Horto explica que a atenção básica é aquela que se encarrega da complexa missão de acompanhar a pessoa durante sua vida, de modo a evitar que doenças surjam ou se agravem. Funciona como a porta de entrada do sistema de saúde. “A ideia da Saúde da Família é facilitar o acesso a esses cuidados. O programa organiza a população do município em grupos, chamados territórios. E cada território passa a contar com uma equipe de profissionais formada por médico de família, enfermeiros, técnicos de enfermagem e agentes de saúde – agentes que fazem visitas domiciliares para orientar a população sobre consultas, uso de remédios, prevenção de doenças, entre uma infinidade de outras questões”, esclarece.

Conforme a vereadora, “num contexto de corte de gastos, como o que a gente vive no Brasil, isso significa menos investimento para uma estratégia que já se mostrou eficiente. Em nosso município, o Saúde da Família foi acompanhado por melhoras nos indicadores de saúde da população. Já se provou que essa estratégia promove equidade. Os indicadores das áreas mais pobres se aproximam daqueles verificados em áreas mais ricas, quando há implantação do ESF”.

Ao Saúde da Família, por exemplo, é creditada a redução no número de internações feitas para tratar doenças que poderiam ser evitadas por meio de estratégias de prevenção. É o controle da hipertensão que evita uma internação depois de um infarto, por exemplo. “Esse benefício do programa foi percebido em municípios brasileiros de todos os portes.”, diz Horto.

Conforme ela, nossa cidade já vivencia os reflexos dos cortes do governo federal. “O fechamento das UBS Assunção é a prova disso e também nos mostram um conformismo muito grande por parte da Administração Municipal, que aceita a política do governo federal de encolhimento do Sistema Único de Saúde abrindo mão da sua posição no pacto federativo. Dezenas de bairros e milhares de pessoas terão suas vidas dificultadas em Alegrete. Falo com propriedade de quem trabalha nesta área há 30 anos. E lamento que inclusive recursos captados para construção de postos de saúde tenham sido devolvidos em nossa cidade por pura falta de agilidade administrativa”, relata.

A vereadora ressalta que muitos especialistas estão preocupados com o destino do programa Estratégia de Saúde da Família. “A redução da cobertura na atenção primária impacta em tudo, inclusive na sobrecarga no atendimento da saúde. Os maiores prejudicados serão os pacientes, a população mais carente e o Sistema Único de Saúde”, finaliza.

Assessoria de gabinete