Denúncia de abuso sexual de pai em filha é de uma crueldade extrema

O número de casos de abusos contra crianças e adolescentes, neste ano, teve um acréscimo considerável em Alegrete. O tema tem sido debatido de forma incessante pelo Conselho Tutelar. O Presidente, Antônio Flávio da Silva, fez vários alertas.

Mas há casos que são relatos cruéis, principalmente quando o abuso ocorre dentro de casa. Antônio Flávio disse que o número de denúncias, neste ano, tem superado todos os demais, ele atribui isso ao trabalho mais efetivo do Conselho Tutelar, que também tem realizado palestras e visitas mais recorrentes em escolas.

Um dos casos que chegou à redação, se confirmado, provocou um sofrimento atroz.  Uma criança que deveria ser amparada e protegida pelo pai, conseguiu depois de quatro anos denunciar os abusos que sofrera do progenitor. Aterrorizante saber do relato de uma menina que sofreu a perda da mãe e depois teria sido abusada pelo pai durante quatro anos. Nesse período ele teria mantido relações sexuais com a filha e, para mantê-la calada, a ameaçava dizendo que se falasse para alguém ele mataria o irmãoa mais novo da menina. O sofrimento levou a criança a se automutilar, uma maneira de tentar “gritar”, externar o que estava acontecendo e, ao mesmo tempo, ficar feia, para não chamar atenção do próprio pai, segundo ela. O que no seu entendimento, dessa forma, ele não teria interesse.

Felizmente o caso foi registrado na Delegacia de Polícia e vai para investigação. Assim vai ser apurado todo relato da criança para investigar a veracidade dos fatos em poder da DP, que, se confirmado, denota a crueldade e mente doentia de um pai.

Em contato com Delegado, Valeriano Neto, ele citou que todos os  casos são investigados e que a criança imediatamente sai do plantão com pedido de exames. Também ocorre, em casos como esse, a solicitação de medidas protetivas, acompanhamento do Conselho Tutelar e psicológico. Há um cartório especializado para estes delitos na DP.

O policial classificou como de extrema gravidade as informações preliminares. Segundo o Delegado, foi de imediato feito todo o trabalho para garantir a integridade física e psicológica da criança. Assim como seria realizado um contato com o Conselho Tutelar e o Ministério Público para avaliação de um local seguro para a menina.

As regiões da cidade, Zona Leste e Sul, são as que têm mais incidência de abusos contra crianças e edolescentes. E isto independe de classe social, cor e idade. O número mais significativo de vítimas é entre 5 e 10 anos, meninas e meninos. Antônio Flavio descreve que o trabalho feito com apoio do Ministério Público, Juíza da Infância e Juventude, CRAS, Assistentes Sociais e toda rede que acolhe e trabalha no processo pós denúncia é distinto e tem um resultado positivo. O fato do assunto, abuso à vulnerável estar na mídia e a população ter o conhecimento, auxilia nas denúncias e nas ações. O conselheiro é incisivo em dizer que o trabalho quanto a maus tratos e vulnerabilidade das crianças é realizado com a atenção devida e mesmo com todo esforço dos conselheiros, ainda há vários casos, mas este ano o que é crescente e muito preocupante são os abusos sexuais, estupros e as gestação de pré adolescentes.

Conselho Tutelar de Alegrete: rua  Demétrio Ribeiro, 57, fone: (55) 3422 4069