O marco foi estabelecido em 1980, quando um grupo de mulheres se reuniu nas escadas do Teatro Municipal de São Paulo para protestar contra o aumento dos crimes de gênero, inaugurando um movimento de mobilização e conscientização que se mantém relevante até os dias de hoje.
A presidente da ONG Amoras, Carolina Oliveira, destacou que, nos últimos anos, houve um aumento no número de denúncias de violência doméstica, em Alegrete. Segundo ela, embora preocupante, esse aumento pode ser interpretado como um indicativo de que as mulheres estão encontrando coragem para denunciar seus agressores. No entanto, muitas vítimas ainda enfrentam dificuldades em romper com o ciclo de violência, muitas vezes perpetuado por dinâmicas psicológicas complexas.
Carolina ressaltou que, apesar dos avanços trazidos pela Lei Maria da Penha, que detecta e criminaliza a violência psicológica, essa forma de agressão continua sendo uma das mais difíceis de identificar e combater. Comentários que culpabilizam a vítima ou insinuam que ela deveria ter denunciado mais cedo são comuns nas redes sociais, mas, como explicou Carolina, a violência psicológica pode ser devastadora, pois desestrutura a autoestima da vítima e a mantém presa ao agressor.
Frases como “se eu for denunciado, eu te mato” ou “ninguém vai te aguentar além de mim” são algumas das ameaças frequentes que as vítimas enfrentam. Essas palavras criam um ambiente de medo e dependência que dificulta a saída do relacionamento abusivo. Segundo o presidente da ONG Amoras, é crucial que a sociedade compreenda o impacto dessa violência e que os serviços de apoio às vítimas sejam acessíveis e eficazes.
A violência de gênero é uma questão que afeta mulheres de todas as classes sociais, culturas e idades. A conscientização sobre o tema e a educação em todos os níveis da sociedade são apontadas por Carolina como elementos fundamentais para prevenir e combater essa forma de violência. Ela enfatizou a importância de dados como o dia 10 de outubro para manter viva a discussão e reforçar o compromisso coletivo de enfrentar a violência contra a mulher.
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Em Alegrete, as vítimas de violência podem buscar apoio em diversas instituições, como o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), as ESFs, a ONG Amoras, o Conselho da Mulher, a Procuradoria da Mulher, o Centro de Referência de Atendimento à Mulher (CRAM), a Brigada Militar, a Polícia Civil, a Defensoria Pública e o Ministério Público. Também está disponível uma central de atendimento pelo telefone 180.
O Dia Nacional de Luta Contra a Violência à Mulher é um lembrete de que o combate à violência de gênero deve ser contínuo, com a promoção de políticas públicas e o fortalecimento das redes de apoio para garantir a segurança e a dignidade das mulheres.