Até o momento, não há notificações da doença em território nacional, mas as autoridades estão em alerta devido à confirmação de casos nos países vizinhos.
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Na Argentina, um surto de influenza equina foi identificado nas províncias de Mendoza, La Pampa, Neuquém e San Juan. Os casos foram oficialmente confirmados pelo Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária e pelos hipódromos de San Isidro e Palermo, na província de Buenos Aires. A enfermidade, uma doença viral altamente transmissível, tem um impacto econômico significativo na atividade equina.
No Uruguai, o Servicio Nacional de Seguridad Agroalimentaria (Senasa) adotou medidas preventivas, proibindo a entrada de animais procedentes da Argentina. Enquanto isso, no Brasil, o Sindicato dos Médicos Veterinários no Estado do Rio Grande do Sul (Simvet/RS) está em contato com as autoridades competentes para obter orientações sobre os procedimentos a serem adotados no país.
O Portal Alegrete Tudo (PAT) conversou com o médico veterinário Carlos Humberto Vasques Conceição, coordenador na Vigilância Sanitária de Alegrete. Ele ressaltou a importância da prevenção por meio da vacinação.
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Segundo conceição, aves migratórias que chegam durante a primavera e o verão podem atuar como hospedeiros intermediários para insetos hematófagos. Eles necessitam de hemácias, presentes no sangue, para estimular a ovulação, especialmente nas fêmeas. Quando picam um animal doente, continuam transmitindo a doença. Os animais afetados podem incluir espécies silvestres, como capivaras, veados, javalis, entre outros, que frequentam nascentes para beber água e podem ser contaminados devido à presença ampliada de insetos.
Os mosquitos pertencem à espécie Culex spp, cujas fêmeas são hematófagas. Os equinos, ao beber água e serem picados por eles, correm o risco de serem contaminados. Especial atenção deve ser dada aos animais estabulados em pequenos potreiros, pois, se não forem vacinados, apresentam uma probabilidade maior de contaminação. Isso se deve à presença mais significativa de mosquitos durante os horários noturnos e ao amanhecer nesses ambientes. Já ocorreu um surto epidemiológico na região no final da década de 90 e início dos anos 2000. Os animais acometidos pela doença que afeta o Sistema Nervoso Central apresentam um índice de mortalidade de 90 a 95%, uma vez que o tratamento se concentra nos sintomas, não alcançando uma eficácia ou eficiência satisfatória. Isso ocorre devido à alta probabilidade de desenvolvimento de sequelas irreversíveis.
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Diante desse cenário, a conscientização e a implementação de medidas preventivas, como a vacinação, emergem como ferramentas essenciais para a preservação da saúde equina e a proteção da atividade agropecuária no Brasil. As autoridades veterinárias permanecem atentas à evolução da situação e trabalham em conjunto para mitigar os riscos de uma possível disseminação da Encefalomielite Equina no país.