Dono de grupo em rede social em Gramado é procurado após suicídio das adolescentes

Duas garotas, de 18 e 14 anos, foram achadas mortas em setembro.
Polícia diz ter encontrado provas de que pacto foi firmado na internet.

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A Polícia Civil do Rio Grande do Sul confirmou na tarde desta quinta-feira (2) a existência de provas técnicas que comprovam a existência de um pacto firmado pela internet, que resultou na morte por suicídio de duas adolescentes em Gramado e Canela, na serra gaúcha.
Uma das jovens, que tinha 18 anos, foi encontrada morta no dia 23 de setembro. A segunda, de 14 anos, foi achada sem vida na última sexta-feira (24). Outras três adolescentes também fizeram cortes nos braços, segundo a polícia.
De acordo com o delegado Gustavo Barcellos, responsável pelo caso, postagens em um grupo secreto de uma rede social comprovaram a existência de um pacto de morte. A investigação agora procura o administrador da página e todos os integrantes.
Laudos preliminares concluíram que ambas as jovens morrreram por enforcamento. O motivo para o susposto pacto ainda é desconhecido. A polícia mantém sigilo sobre o nome do grupo virtual, mas adiantou que o objetivo era de que todos os participantes cometessem suicídio.
“Ainda não sabemos quem é o administrador, mas sabemos que um estimulava o outro”, detalhou o delegado ao G1, acrescentando que o perfil dos participantes do grupo era semelhante. “Eram meninas de 12 a 18 anos, com baixa autoestima. Algumas tinham histórico de depressão”, afirmou.
Agentes da Delegacia Regional de Gramado ainda identificaram um jovem do sexo masculino, que era amigo de parte das garotas e, segundo testemunhas, teve recentemente um surto psicótico.
Até agora, apenas três meninas, que participavam do grupo, foram identificadas. Durante os depoimentos delas, a polícia constatou que todas apresentavam cortes nos pulsos e pescoço. Para a polícia, os ferimentos ocorreram por automutilação, um indício de que o trio também tentou cometer suicídio. Duas delas estão hospitalizadas em Canela e Gramado.
Mãe ouviu menina citar palavra “pacto
Segundo o depoimento da mãe de uma das meninas que foi achada morta, que não quer ser identificada, a filha e outras três amigas teriam consumido um antidepressivo um dia antes da morte. Sob efeito do medicamento, a jovem teria citado mais de uma vez, em casa, a palavra “pacto” durante um diálogo confuso com familiares.
Parte das jovens se conheciam pessoalmente e outra de forma virtual, diz a polícia. Todas residiam na serra. Algumas pertenciam a um grupo religioso. A hipótese de relação do pacto com alguma seita, porém, ainda é considerada remota pela polícia. “Mas ela também não é descartada”, ressaltou o delegado.
As apurações ainda constataram que quatro redes sociais eram utilizadas para o grupo de jovens trocar mensagens. Laudos da perícia e autorizações judiciais para acessar o conteúdo de postagens devem auxiliar a investigação.
 
Fonte: G1