Esta foi a semana com mais mortes e infectados desde o inicio da pandemia em Alegrete

Com leitos UTI  lotados, Alegrete transferiu mais um paciente. Desta vez, para Santa Maria. A paciente, segundo  Boletim Epidemiológico estava no hospital de Campanha. Em uma entrevista ao PAT, a responsável pela UTI Covid-19, Dra Simone Estivalet ressaltou que são oito leitos na UTI e dois para emergências.

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Em uma semana com uma alta assustadora no número dos óbitos, Alegrete registro seis mortes em decorrência da Covid-19 em sete dias. o primeiro registro foi no sábado 5, quando havia 595 pacientes ativos, cinco hospitalizados e 105 aguardando. Neste dia, o Município chegou ao 23° óbito. Já na segunda-feira(7), foram três mortes em um único dia com 610 casos ativos e 4 pacientes hospitalizados. Na quarta-feira(9), embora não tenha ocorrido óbito, o número de casos positivos batia um novo recorde e registrava 59 pacientes e na quinta-feira, além, do aumento dos casos positivos, 53, mais uma morte foi contabilizada e o Município chegou a 27.

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Com esse quadro, a situação já demonstrava que os números apontavam uma preocupação maior para a população no dia em que o Governo do Estado anunciou a cor da bandeira, a Região 03 ficou na vermelha e consequentemente, Alegrete. Mas os dados são alarmantes e a Secretaria de Saúde confirma o 28 óbitos para o Município, em um momento em que pela primeira vez, devido a alta de mortes e internações em decorrência do vírus, o Estado usa o alerta máximo e coloca duas Regiões na bandeira Preta. Na sexta(11), o Rio Grande do Sul registrou, 61 mortes e 5.308 novos casos de coronavírus, conforme boletim da Secretaria Estadual de Saúde.

Durante a semana em entrevista para rádio Minuano(Rota 97), o Prefeito Márcio Amaral foi muito claro em demonstrar que não são apenas as medidas do Governo ou do Executivo, é preciso que cada um faça sua parte. “Depois de 10 meses todos têm ideia da gravidade do problema e sabem o que pode e o que não pode, diante disto, vai na consciência de cada um. Estamos quem sabe pensando em adotar algumas medidas que as pessoas tenham a liberdade de frequentar algumas determinadas atividades e locais, mas precisam ter o entendimento de que, pode ocorrer uma falta de leito e quem sabe assinam um documento abrindo mão deste atendimento para àquelas que estão fazendo o correto”- comentou.

O Prefeito falou o quanto é cansativo e desgastante pra todos, pois o momento é de exceção. Além de citar que muitos consideram que a fiscalização é abusiva, entre outros questionamentos. Márcio destacou o quanto todas as equipes(saúde e fiscalização) estão cansadas, que não está sendo fácil pra todos. E frisou mais uma vez, que o uso da máscara é obrigatório e o valor da multa é de de uma URMA, de acordo com a situação e o local.

No isolamento da ala Covid, os pacientes recebem alimento para o corpo e a alma em Alegrete

Pela primeira vez desde a implementação do modelo de distanciamento controlado, o Rio Grande do Sul têm regiões em bandeira preta.  Bagé e Pelotas foram classificadas como de altíssimo risco epidemiológico para a Covid-19 no mapa preliminar. A constante redução de leitos de UTI livres e o aumento de casos de contágio e de internação por coronavírus resultaram na classificação. As demais regiões estão quase todas em bandeira vermelha, exceto Cruz Alta, que está em bandeira laranja.

Entenda o que muda com a bandeira preta nas regiões classificadas. Mais um alerta para todos já que Alegrete está com dados e números preocupantes. Os leitos de UTI com recorrentes casos de lotação total, sendo que o momento em que obteve números diferentes infelizmente foi em razão dos números quase diários de óbitos, embora alguns pacientes não estivessem em Alegrete, o motivo foi exatamente pela falta de leito, por isso, as transferências.

A bandeira preta não significa lockdown, ou o fechamento geral das atividades. Porém, estabelece uma série de medidas mais restritivas a fim de evitar a disseminação do vírus.

Entre os protocolos de bandeira preta que as cidades nessas regiões devem adotar estão:

  1. Comércio não essencial – fechado
  2. Comércio atacadista e varejista – 25% trabalhadores
  3. Comércio varejista de produtos alimentícios (mercados, açougues, fruteiras, padarias e similares) e combustíveis – 50% trabalhadores
  4. Educação – ensino remoto
  5. Serviços de construção, obras de infraestrutura e indústria de alimentos – 75% trabalhadores
  6. Indústria de bebidas – 50% trabalhadores
  7. Indústria de fumo, vestuário, calçados e similares – 25% trabalhadores
  8. Transporte coletivo – 50% trabalhadores
  9. Feiras, exposições, festas, academias, piscinas, clubes sociais e esportivos, competições esportivas, pet shops, barbearias e salões de beleza – fechados
  10. Missas –  sem presença de público
  11. Restaurantes – tele-entrega e pegue e leve

Flaviane Antolini Favero