Funeral: homenagens virtuais podem minimizar a dor da despedida

Desde o início da pandemia e todo plano de contingência contra à Covid-19, entre as recomendações da OMS e mudanças impostas em Decretos Estadual e Municipal, há também drásticas mudanças nos velórios e sepultamentos.

 

Baixinho é o último remanescente de uma profissão que está em extinção

Entre as mudanças impostas estão o distanciamento social, número restrito de pessoas presentes em cada cerimônia e o tempo limitado para a despedida. Essas alterações podem estar contribuindo para possíveis impactos psicológicos e culturais pela brusca transformação nos rituais associados à morte. Especialistas apontam a necessidade de afloramento de alternativas com relação ao processo de luto, incluindo o uso de tecnologia, por exemplo, como uma forma de conforto e estabelecimento de uma rede de apoio. Homenagens virtuais e memoriais online viram caminhos durante as restrições do isolamento social.

Desta forma, a Funerária Angelus, em Alegrete está sendo uma das pioneiras a inovar e dar uma opção a mais para que os familiares, da cidade, outros municípios e estados possam ter a oportunidade de participarem da despedida inclusive à distância.

Mesmo para as despedidas de pessoas que não são vítimas do novo coronavírus, a pandemia afetou a forma como a família se reúne para as últimas homenagens. O velório tem duração e presença de pessoas limitadas.

Morreu Hugo Favero, um homem que deixou marcas e um grande legado

De acordo com o gerente local, Marcelo Silva da Luz, a empresa buscou uma forma que já estava sendo utilizada e bem aceita em Santana do Livramento. Através de uma tela, as pessoas podem enviar mensagens, colocar fotos com o falecido ou delas mesmo para registrar uma mensagem e o luto. O responsável pela contratação dos serviços recebe uma senha que pode disponibilizar aos familiares e amigos. Durante o período em que ocorrerem às últimas homenagens, as mensagens ficam passando na tela.

“Em tempos de pandemia acompanhamos essas mudanças e percebemos o impacto emocional para os familiares. A perda sempre é difícil e com as limitações se tornou, para muitos, ainda mais complicado. Com o tempo do velório limitado, alguns familiares que residem fora de Alegrete não podem participar da despedida, pois o deslocamento se torna inviável. Além daqueles que estão na cidade e não podem comparecer, muitos por estarem no grupo de risco. Até agora, as salas da rua Daltro Filho foram contempladas, mas vamos disponibilizar a todas” – salientou.

Com esse novo formato, os familiares podem destacar memórias, vídeos, fotos, textos e mensagens. Uma forma inédita, até então, na cidade mas que pode humanizar o luto.

Flaviane Antolini Favero