Garis reivindicam vacina e afirmam que prestam serviço essencial em Alegrete

“No meu ponto de vista todos os serviços são essenciais, porque as pessoas levam o sustento para suas famílias. Mas existe também o essencial do essencial, aqueles serviços que não podem parar de jeito nenhum, essenciais para a cidade”- esse é o desabafo de um servidor público que trabalha na coleta de lixo e questiona o porquê de não estarem incluídos nos grupos prioritários de vacina.

Eles não têm dia, trabalham nos feriados e recolhem o lixo de toda cidade de dia e de noite, faça chuva, faça sol. Com a pandemia o serviço não parou e eles continuam expostos a todo tipo de doença e contaminação.

Parece que nós da coleta de lixo não fazemos parte deste serviço que chamam de essencial. É muito engraçado isso, porque quando trabalhamos nos feriados ou pontos facultativos aparece nos meios de comunicação como serviços essenciais que trabalharam no feriado”, protestou um servidor público em sua rede social.

A principal reclamação da turma da coleta de lixo é não serem lembrados, ao tempo que outras categorias já receberam até a 2ª dose. “Por que nós da coleta de lixo não toma essa vacina? Sendo que pegamos todos os tipos de clima no corpo. No verão de 40°, inverno com temperatura negativa, tempo ruim, falta de energia”, resigna-se um servidor que trabalha no turno da madrugada e revela que às vezes é preciso ligar a lanterna do celular para poder pegar o lixo.

Uma das preocupações dos trabalhadores da área é quanto à contaminação pelo lixo residencial. Eles alertam que recolhem sacolas de casas que podem ter um infectado e não sabe como é o descarte do lixo. “Será que as sacolas de lixo não estão contaminadas? Será que o chorume não está contaminado?”, são as indagações dos trabalhadores.

A reportagem do Portal Alegrete Tudo entrou em contato com a Secretária de Saúde, Haraceli Fontoura, que comentou a situação. Ela destaca a preocupação e afirmou que já foram enviadas diversas solicitações à secretaria do Estado para incluir esse grupo entre os prioritários, assim como foi feito com as forças de segurança.

“Estamos nos empenhando. Sabemos da importância em proteger esses servidores que labutam todos os dias. Porém, precisamos de uma oficialização do governo, para cumprir os protocolos de vacinação”, ponderou a Secretária de Saúde do Município.

Júlio Cesar Santos                                              Foto: reprodução