O preço máximo da gasolina atingiu o maior valor da história para o consumidor no Brasil em dezembro. Segundo pesquisa da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) realizada entre os dias 8 e 14 de dezembro, o maior valor encontrado no país chegou a R$ 5,85.
Em Alegrete, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo, através do Procon, realizou mais uma pesquisa de preços dos combustíveis em Alegrete. Foram visitados 14 estabelecimentos, onde foi constatado novo aumento de preço em todos os produtos.
No mês de novembro o preço da gasolina comum mais barata era R$ 4,76, em dezembro R$ 4,86. A gasolina aditivada mais barata em novembro estava R$ 4,78, agora R$ 4,88.
O óleo diesel comum estava R$ 3,58, permaneceu com o mesmo valor. O óleo diesel S10 mais barato era R$ 3,69, agora R$ 3,79. O etanol também sofreu um aumento, em relação ao mês de novembro, o mais barato era R$ 3,99, em dezembro R$ 4,29.
Os técnicos do Procon também realizaram pesquisa comparativa de preços em relação ao mês de janeiro de 2019. A gasolina comum, neste mês, variava entre R$ 4,46 e R$ 4,59. Em dezembro está entre R$ 4,86 e R$ 4,94.
A gasolina aditivada em janeiro mais barata era R$ 4,49 e a mais cara R$ 4,72. Já no mês de dezembro a mais barata está R$ 4,88 e a mais cara R$ 5,11.
O óleo diesel comum mais barato era R$ 3,37 e o mais caro R$ 3,84, agora, o mais barato é R$ 3,68 e o mais caro R$ 3,99. Em janeiro, o óleo diesel S10 mais barato era R$ 3,44 e o mais caro R$ 3,55, em dezembro o menor valor é R$ 3,78 e o mais caro R$ 3,88. O etanol em janeiro custava entre R$ 3,99 e R$ 4,29, agora é encontrado entre R$ 4,29 e R$ 4,49. A pesquisa completa está disponível na página do Procon, no site da Prefeitura de Alegrete.
Os preços são regidos pela política da Petrobras que atrela o valor do mercado internacional e do câmbio. Qualquer alteração no exterior tem impacto imediato nos preços no mercado interno.
Para os especialistas, o aumento já era esperado. Segundo eles, é um movimento normal de fim de ano por causa do inverno no hemisfério norte, quando eleva o consumo de combustíveis, e deve ficar neste patamar até os próximos meses.
A expectativa é que os preços diminuam só a partir de março. O mercado de petróleo está bastante aquecido e há expectativa de aumento de produção e muito investimento. O que significa maior oferta, com perspectiva de queda do preço. Mas tudo depende, principalmente, do jogo geopolítico de Estados Unidos, Rússia e Oriente Médio.
Segundo dados dos pesquisadores as questões tributárias no Brasil que implicam no preço maior. Os impostos representam 40% do preço da gasolina e quase 50% no diesel. “Enquanto não for discutida a reforma tributária, que desonere a carga em cima do contribuinte, o problema deve persistir.
Nesta semana, o presidente Jair Bolsonaro admitiu que o preço dos combustíveis está alto no Brasil e disse que a quebra do monopólio da Petrobras é uma das formas de diminuir o valor para o consumidor.
De acordo com Bolsonaro, a equipe econômica tem trabalhado buscando soluções para o barateamento dessa energia, com o estímulo aos investimentos no setor. “Estamos fazendo o possível para baratear o preço do combustível, reconhecemos que está alto no Brasil”, afirmou o presidente da República na terça-feira (17).
A ANP afirmou em nota que vigora no país desde janeiro de 2002 o regime de liberdade de preços em toda a cadeia de produção, distribuição e revenda de combustíveis e derivados de petróleo.
“Assim, não há qualquer tipo de tabelamento de preços, nem fixação de valores máximos e mínimos ou exigência de autorização oficial prévia para reajustes de preços dos combustíveis em qualquer etapa da comercialização”, disse em nota.
Júlio Cesar Santos Foto: Alegrete Tudo Fonte: Procon (pesquisa)