Governador do RS diz que retomada da cogestão não será um ‘libera geral’

Mudança depende de análise de dados para vigorar já na segunda-feira (22). Sistema possibilita flexibilização de medidas, com o compartilhamento da gestão das restrições com prefeituras.

Apesar da alta nas mortes por coronavírus no Rio Grande do Sul, que atingiram o recorde na terça-feira (16), o governo do estado afirma que já registra menores taxas de contágio e de novos internados por dia em hospitais. Com base nesses números, o governador Eduardo Leite justificou a possibilidade de retomada da cogestão do modelo de Distanciamento Controlado a partir de segunda-feira (22).

No sistema, suspenso desde 27 de fevereiro, o estado compartilha as decisões sobre as medidas de restrição com os municípios, que podem flexibilizar algumas normas.

Em entrevista ao Jornal do Almoço, da RBS TV, nesta quarta-feira (17), Leite explicou que o governo ainda analisa os dados para definir o que será feito a partir da próxima semana.

“Se houver indicadores suficientes de que estamos com a redução desta taxa de contágio, nós podemos evoluir para, no final de semana, determinar efetivamente este passo da retomada da cogestão. O que é importante dizer, não será um ‘libera geral’, não será uma volta ao normal. Vão ter restrições muito severas a diversos setores e com muita fiscalização se tivermos segurança para dar este passo”, afirmou.

 

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Indicadores

Eduardo Leite comentou sobre o aumento no número de mortes no estado. Na terça-feira, o RS registrou 502 óbitos por coronavírus em 24h. Na avaliação do governador, as mortes retratam a situação vivida no estado há algumas semanas, antes do aperto nas restrições.

Como um dos indicadores analisados para avaliar a retomada da cogestão, Leite ressaltou a taxa de transmissão, que calcula quantas pessoas podem ser infectadas por alguém contaminado. Conforme dados do estado, o índice baixou de 2,35 para 1,41 nas últimas semanas.

“As mortes nos chocam, elas nos entristecem profundamente, mas são um indicador tardio da pandemia. A taxa de contágio já está reduzindo em função das nossas restrições”, disse.

 

Segundo Eduardo Leite, a queda no contágio já se reflete nas internações por Covid-19. Até a tarde desta quarta-feira (17), a ocupação dos leitos de UTI era de 109% no RS.

“A gente teve esse ciclo assustador de crescimento nas internações, mas ele se interrompe nos últimos dias. A demanda em internações hospitalares ainda está num nível muito alto, mas parou de crescer. E essas internações que estão, portanto, estabilizando, vão significar redução de mortes mais à frente”, projetou.

Governador do RS, Eduardo Leite, durante entrevista ao Jornal do Almoço nesta quarta (17) — Foto: Reprodução/RBS TV

Governador do RS, Eduardo Leite, durante entrevista ao Jornal do Almoço nesta quarta (17) — Foto: Reprodução/RBS TV

Vacina

 

No dia em que o RS recebeu mais 318,2 mil doses de vacina contra o coronavírus, o governador projetou a ampliação da faixa etária do público apto a se imunizar. De acordo com Leite, o estado quer chegar ao mês de abril com as pessoas de 60 anos ou mais já vacinadas.

“A gente está negociando. Nós conversamos com a Pfizer, com a Janssen, com a União Química. Estamos abrindo todas as frentes possíveis, mas há uma limitação da capacidade de disponibilidade imediata dessas vacinas. O que nós projetamos é, talvez, termos no mês de abril pelo menos a população acima de 60 anos integralmente imunizada”, comentou.

Também em entrevista ao Jornal do Almoço , o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, falou da compra de doses no município. A Capital pretende adquirir vacinas em conjunto com a Frente Nacional dos Prefeitos e com o consórcio de cidades da Região Metropolitana.

“Nós estamos em fase de negociações com as vendedoras de vacina. O certo é que nós vamos comprar vacina”, afirmou.

 

O estado alcançou, nesta quarta-feira, 664.023 pessoas vacinadas em primeira dose e 243.097 vacinados já com a segunda dose. Já a prefeitura de Porto Alegre calcula 140.552 imunizados contra o coronavírus, sendo 67.721 com a segunda dose aplicada.

Fonte: G1