Horta auxilia pacientes na luta contra a dependência química e outras doenças em Tupanciretã

Iniciativa foi pensada pela assistente social do Hospital de Caridade Brazilina Terra

horta

Pacientes da ala psiquiátrica do Hospital de Caridade Brazilina Terra, em Tupanciretã, estão participando de um projeto que está transformando suas vidas. Uma horta foi desenvolvida para servir como tratamento terapêutico para os internos e vem apresentando bons resultados. Desde janeiro, quando o projeto começou, as pessoas que passam pela reabilitação ajudam na manutenção do canteiro.

A iniciativa foi pensada pela assistente social do hospital e implantada pela Emater/RS. De acordo com a extensionista social rural da Emater e responsável pelo projeto, Simone Mai, a elaboração da horta teve um planejamento bastante detalhado, pois, como se trata de um hospital, existia um grande risco de contaminação.

Para descarregar o estresse

No local, alface, rúcula, beterraba, repolho e tempero verde estão sendo cultivados. Segundo Simone, os pacientes, que são internados para tratar doenças relacionadas ao alcoolismo, às drogas, à depressão, têm mostrado interesse na atividade e uma melhora significativa com o novo tratamento:

– São pessoas excluídas da sociedade que, quando chegam aqui, estão desanimadas, agressivas. Com o tratamento, a gente vê que eles se envolvem e que isso melhora a autoestima e os ajuda a estarem mais preparados para ficar longe dos vícios.

O cuidado com a horta é utilizado como uma terapia, pois a terra ajuda os pacientes a descarregar o estresse. Além disso, é uma maneira de fazer com que eles concentrem sua atenção em alguma atividade. Os internos permanecem, geralmente, cerca de 20 dias em tratamento no hospital, mas nenhum deles é obrigado a participar. No entanto, segundo a extensionista, eles acabam querendo cuidar da plantação de forma espontânea, pois veem na prática aquilo que é trabalhado com os psicólogos.

– Eles acompanham o crescimento das mudas e o que mais os incentiva a continuar é ver que o trabalho está tendo continuidade. Para mim, a reabilitação social dos pacientes e a reconstituição da família são as melhores recompensas – ressalta Simone.

Um dos pacientes, um adolescente de 17 anos, diz que a horta fez a diferença na vida dele:

– A gente aprende a lidar com a terra. Quando eu vou mexer na horta, eu fico entretido, e esqueço as outras coisas. E a melhor parte é poder comer aquilo que eu mesmo estou plantando.

A construção da horta contou com a ajuda da comunidade e do comércio local. Os instrumentos utilizados, como enxadas, carrinho de mão, lonas e a terra, foram doados pela população. Além de servir como uma atividade para os internos, os alimentos produzidos por eles também são utilizados pela cozinha do hospital.

Fonte: DIÁRIO DE SANTA MARIA