Reserva da Guarita fica entre os municípios de Redentora, Tenente Portela e Miraguaí. Em outubro, líder foi alvo de atentado que é investigado por órgãos federais.
Um ataque a tiros a integrantes da Aldeia do Irapuá, na reserva indígena da Guarita, na Região Noroeste do estado, deixou uma pessoa morta e outras três feridas no começo da tarde desta quinta-feira (7). A Brigada Militar de Três Passos não divulgou os nomes das vítimas.
Segundo Edimilson Alfaiate, filho do cacique Carlinhos Alfaiate, um grupo passou em frente à quadra de uma escola onde ocorria uma reunião de rotina na comunidade. Os homens teriam ameaçado os integrantes e afirmado que, quando saíssem, seriam alvejados.
Quando acabou o encontro, os homens atiraram a esmo, acertando quatro pessoas, como conta Edimilson. Elas foram levadas a hospitais de Tenente Portela e Palmeira das Missões. Um deles não sobreviveu aos ferimentos e morreu em atendimento.
“Esses criminosos vão ter que pagar pelo que fizeram. Queremos justiça!”, disse o cacique.
Um suspeito foi preso e teve uma arma apreendida.
A ERS-330, uma das rodovias que dá acesso ao local, foi bloqueada logo depois por manifestantes, que queimaram galhos e troncos de árvore.
“A gente procurou todos os meios legais para defender o nosso povo, e onde está a justiça? Precisa acontecer o que aconteceu?”, questiona o cacique Carlinhos Alfaiate, que afirmou que só irão liberar a via quando forem atendidos pelos órgãos de segurança e de justiça.
A Polícia Rodoviária Estadual acompanha a movimentação, mas, até o começo da noite, não havia previsão de liberação.
Sobre o caso
O comando da Reserva do Guarita, que fica entre Redentora, Tenente Portela e Miraguaí, é disputada há meses por dois grupos. Órgãos federais abriram investigações para apurar o caso.
A Polícia Federal instaurou um inquérito para apurar uma possível tentativa de homicídio contra o líder indígena Carlinhos Alfaiate. No dia 19 de outubro, a casa dele foi alvo de um incêndio e de ataque a tiros.
O Ministério Público Federal (MPF) encaminhou um pedido de intervenção federal à Presidência da República para garantir a segurança dos integrantes da reserva.
A Funai, por meio de assessoria, informou que o coordenador regional de Passo Fundo, Aécio Magalhães, enviou um documento ao presidente da Funai sugerindo a intervenção na Terra Indígena do Guarita, considerando os conflitos constatados no local.