Inverno inicia neste sábado e exige mais cuidados para evitar o novo coronavírus

“O inverno está chegando”. A estação mais gelada do ano começa oficialmente neste sábado (20), às 18h44, e a tendência é que o final de semana siga com tempo frio e estável em todo o estado.

Um inverno marcado pela variação de temperatura e por chuva frequente, uma característica típica do período. De acordo com a Somar Meteorologia, a previsão é de que o inverno gaúcho tenha três fortes ondas de frio, principalmente entre julho e agosto, com grande espaçamento entre elas.

A menor temperatura deve ser registrada durante a primeira onda de frio, no começo de julho, quando algumas regiões podem chegar à mínima de -3°C. Os dias mais gelados retornarão somente na metade de julho e de agosto. As regiões mais atingidas pelas baixas temperaturas devem ser a Serra, Encruzilhada do Sul, Bagé e a divisa com Santa Catarina.

Segundo o Somar Meteorologia, os próximos dias em Alegrete serão temperaturas altas. A previsão é de 2 mm para o sábado, domingo não chove e segunda-feira (22), estão previstos 4 mm. A temperatura oscila entre 17 e 25º C.

Conforme a meteorologista da Somar, as frentes frias não devem conseguir avançar muito sobre o Estado durante a estação e, por isso, terão maiores janelas de temperaturas elevadas, que podem chegar à máxima de 27°C.

Estimativa de um período de calor no final de junho, e também entre o final de julho e começo de agosto, quando se prevê no mínimo 15 dias de temperaturas bastante elevadas.

A tendência é que a chuva fique entre a média e acima da média principalmente na fronteira com o Uruguai, os meteorologistas afirmam que será um inverno bem normal, com chuva frequente, como sempre ocorre.

Não há estudos indicando que a temperatura mais baixa é propícia para o vírus, mas condição climática desfavorável pode agravar problemas respiratórios.

O coronavírus que provoca a Covid-19 ainda é uma doença relativamente nova e, por conta disso, há poucos estudos conclusivos sobre o seu comportamento. Ao menos por enquanto, supor que o clima frio é mais propício para a propagação do coronavírus é algo sem nenhuma comprovação científica. Da mesma forma, muitos imaginavam que o clima tropical seria um fator redutor na propagação da doença, mas na prática isso não vem se confirmando.

Especialistas ouvidos por publicações nacionais e internacionais são taxativos em afirmar que os vírus, em linhas gerais, não respeitam temperaturas. Um exemplo disso foi o surto de H1N1, em 2009, que castigou a América do Norte especialmente durante o período de verão. Assim, afirmar que o clima tem alguma influência significativa na propagação desse vírus, ao menos por enquanto, não encontra fundamento em nenhum estudo realizado.

No caso específico do coronavírus, o que se sabe até agora é que a Covid-19 é uma doença de propagação rápida. Portanto, locais com maior densidade populacional ou com mais aglomerações estão mais susceptíveis a contaminações.

Quando se fala em casos de gripe, informações do Ministério da Saúde mostram que o inverno não é necessariamente o maior vilão. Dados do órgão indicam que o número de casos aumenta entre os meses de abril e junho nas regiões Norte e Nordeste, e entre junho e outubro no Sul e no Sudeste, especialmente por conta de períodos chuvosos ou invernos mais rigorosos.

Porém, não é a temperatura o fator preponderante nessa equação, mas sim o comportamento das pessoas. Nestes períodos do ano, a combinação de temperatura baixa com ar mais seco somada ao fato de que as pessoas ficam mais em ambientes fechados contribui para a proliferação dos vírus respiratórios, aumentando as chances de transmissão.

A baixa umidade do ar resulta em uma maior concentração de poluentes, favorecendo o aparecimento de doenças respiratórias. Pacientes com quadros de asma, bronquite, rinite e sinusite devem redobrar os cuidados nesta época, pois se tornam mais sensíveis à ação dos elementos alérgenos.

Por essas características, nesse período do ano os problemas respiratórios costumam se intensificar. Em 2020, se as projeções da OMS e do Ministério da Saúde estiverem corretas, o pico da pandemia de coronavírus no Brasil deve coincidir com esse período, o que pode resultar em hospitais sobrecarregados e falta de leitos hospitalares para o tratamento dos pacientes com casos menos graves.

Júlio Cesar Santos                      fonte: Ministério da Saúde e Somar Meteorologia