Menino Márcio: pai é indiciado por tortura e homicídio triplamente qualificado

Passava das 15h, quando o delegado de polícia Valeriano Neto Garcia, abriu a coletiva de imprensa para anunciar o resultado do inquérito do autor do homicídio de Márcio dos Anjos Jaques, de um ano e 11 meses.

O pai, Luiz Fabiano Quinteiro, de 19 anos, foi indiciado por homicídio triplamente qualificado mediante tortura com agravantes. O delegado fez questão de frisar que a coletiva não era um ato midiático e sim divulgar o trabalho da polícia, prestando contas para sociedade. Enfatizou o lema “Servir e Proteger”.

Preso na Modulada de Uruguaiana, o pai do menino ser for condenado pode pegar uma pena superior a 30 anos, antecipou o policial. Os tios paternos de Márcio foram indiciados por homicídio simples, considerando a omissão diante da morte do menino que apresentava desnutrição e era cuidado por eles. A pena para o casal pode chegar a 20 anos. O tio possui antecedentes criminais, já a tia não possuía passagem pela polícia.

Em relação a mãe do menino, ela está sendo investigada pelo crime maus tratos, onde tramita uma investigação que no momento não há uma definição pela polícia.

Foram ouvidas 18 testemunhas no inquérito policial entre familiares de Márcio, Conselho Tutelar, médicos e assistentes sociais. Para o delegado a perícia apontou lesões antigas e atuais, sinais de tortura o que contribuiu para o indiciamento dos três. Não há referência de que os tios agrediram o menino, somente o pai vai responder pelas lesões, que no mínimo eram cometidas há três meses.

Durante nove dias, o Setor de Investigação da Polícia Civil trabalhou exaustivamente no caso. Ação elogiada pelo delegado que destacou o trabalho da equipe. “Posso garantir à vocês que essa hora cruzou a Ponte”, se referiu o policial, alertando a imprensa que o inquérito estava prestes a chegar no Judiciário.

Relembre a prisão do pai:

O autor confesso, de 19 anos, foi ouvido pelos policiais civis, na tarde desta segunda-feira(17). Ele foi localizado no bairro Olhos D’Água. Inicialmente tentou negar o crime, mas diante das evidencias e dos elementos apontados pelos policiais, acabou confessando e deu detalhes. Durante todo o depoimento, o autor do sexto homicídio de Alegrete no ano de 2020, estava calmo e tranquilo, segundo o Delegado Valeriano.

Mais um rápido trabalho do Setor de Investigação da Polícia Civil coordenado pelo Delegado, Valeriano Neto, prendeu o pai da criança que morreu na madrugada desta segunda-feira(17), vítima de espancamento.

Conforme relato do assassino confesso, ele bateu no filho com uma taquara, porque o menino estaria chorando. A agressão, abalou toda rede de saúde e demais órgãos que tiveram conhecimento do fato. Os golpes na região da boca quebraram os dentes do menino e cortaram a gengiva, além de outros traumas.

O laudo médico atestou que a criança de 1 ano e 11 meses morreu de traumatismo craniano e hemorragia.

Após ouvir a confissão do autor no início desta tarde, o Delegado Valeriano concedeu uma entrevista à imprensa onde relatou detalhes como o autor confesso praticou o crime brutal e bárbaro em Alegrete.

Sem antecedentes criminais, o suspeito admitiu ao delegado que espancou o filho na noite de quinta-feira (13), com um pedaço de taquara atingiu a região da cabeça, braços e pernas da criança. Depois disso, foi para zona rural onde retornou para casa só no domingo (16). Quando chegou, em casa, encontrou a criança convulsionando, então procurou o hospital.

O delegado pediu a prisão preventiva do criminoso, conforme fez questão de frisar durante a coletiva. O suspeito admitiu ser usuário de álcool e em depoimento formal acompanhado de um advogado acabou confessando a autoria do crime. Segundo a Polícia Civil, que buscou informações com a equipe médica que atendeu o menino, se ele fosse atendido ainda na quinta, a vítima teria chances de sobreviver. Porém, os tios disseram que não tinham percebido que o menino estava com os dentes quebrados, apenas ouviram o choro quando o pai o espancou na quinta- feira em um local conhecido como lenheira.

Com prisão preventiva solicitada ao Ministério Público, o delegado terá 10 dias para concluir o inquérito policial, que segundo a autoridade policial está elucidado.

Na casa onde o Márcio dos Anjos Jaques, residia, também foi o local que os policiais civis realizaram a prisão dos acusados do 3° homicídio de Alegrete, neste ano. José Antônio Pereira Bem de 61 anos, foi encontrado, morto, por um vizinho. O idoso que era produtor rural e caminhoneiro foi atingido com uma barra de ferro e também enforcado com uma corda da própria rede. Em menos de 48h após ter sido descoberto o corpo no domingo, 3, de maio, a Polícia Civil prendeu os autores do crime, um de 19 e outro de 20 anos, oriundos da cidade de Uruguaiana.

Júlio Cesar Santos